Conferências UEM, XII CONFERÊNCIA CIENTÍFICA DA UEM 2023: Investigação, Extensão e Inovação no Contexto das Mudanças Climáticas

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“A CULTURA É O SOL QUE NUNCA DESCE”: FORMAÇÃO DO ESTADO-NAÇÃO E O “HOMEM NOVO” EM MOÇAMBIQUE, 1975- 1990
Eleusio Viegas Filipe

Última alteração: 2023-08-08

Resumo


Com o avanço da luta armada de libertação e sobretudo depois do II Congresso da FRELIMO em 1968 e a independência de Moçambique em 1975, a FRELIMO formula de forma mais coerente e consistente o papel da cultura no processo revolucionário, na transformação da sociedade e na construção do “Homem Novo”.  Após o golpe de 25 de Abril de 1974, que derrubou o governo fascista de Marcelo Caetano em Portugal, e a independência do país, tem início um período marcado por grande euforia e exaltação cultural que se manifestou no surgimento de novos músicos e compositores, grupos de dança e teatrais, corais, escritores, realização de festivais nacionais de cultura, entre outros. Nas suas formas e expressões artisticas denunciavam o colonialismo e imperialismo, exaltavam o novo estado-nação e as lutas de libertação dos outros povos oprimidos. O periodo pós independência é marcado pelas primeiras contradições entre os músicos e o novo governo e Partido FRELIMO. O campo de produção cultural em especial a música foi um terreno por excelência propício para as intervenções do estado/governo/partido com vista a formação do "Homem Novo", uma nova identidade moçambicana que rompesse com os vícios da "sociedade tradicional" e colonial.

O presente artigo tem como objectivos: a) Analisar a forma a partir da qual os fazedores de cultura (músicos, em particular) participaram na construção de uma nova nação surgida após a independência de Moçambique em 1975; b) Analisar a forma como os músicos abraçaram o projecto da Frelimo de construção do “Homem Novo” e o internacionalismo deste movimento de libertação; c) Examinar as ambiguidades e paradoxos do projecto de construção do “Homem Novo”.

Sob o ponto de vista teórico está âncorado nos estudos sobre nações, nacionalismos e identidades. Este artigo basea-se numa variedade de fontes escritas primárias, secundárias, memórias, autobiografias, biografias, histórias de vida, entrevistas feitas com fazedores de cultura e materiais audio-visuais.

 

Palavras Chave: Cultura; Nação; Nacionalismo; e Identidade. @font-face {font-family:"MS 明朝"; mso-font-charset:78; mso-generic-font-family:auto; mso-font-pitch:variable; mso-font-signature:-536870145 1791491579 18 0 131231 0;}@font-face {font-family:"Cambria Math"; panose-1:2 4 5 3 5 4 6 3 2 4; mso-font-charset:0; mso-generic-font-family:auto; mso-font-pitch:variable; mso-font-signature:-536870145 1107305727 0 0 415 0;}@font-face {font-family:Cambria; panose-1:2 4 5 3 5 4 6 3 2 4; mso-font-charset:0; mso-generic-font-family:auto; mso-font-pitch:variable; mso-font-signature:-536870145 1073743103 0 0 415 0;}p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal {mso-style-unhide:no; mso-style-qformat:yes; mso-style-parent:""; margin:0in; margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:12.0pt; font-family:Cambria; mso-ascii-font-family:Cambria; mso-ascii-theme-font:minor-latin; mso-fareast-font-family:"MS 明朝"; mso-fareast-theme-font:minor-fareast; mso-hansi-font-family:Cambria; mso-hansi-theme-font:minor-latin; mso-bidi-font-family:"Times New Roman"; mso-bidi-theme-font:minor-bidi;}.MsoChpDefault {mso-style-type:export-only; mso-default-props:yes; font-family:Cambria; mso-ascii-font-family:Cambria; mso-ascii-theme-font:minor-latin; mso-fareast-font-family:"MS 明朝"; mso-fareast-theme-font:minor-fareast; mso-hansi-font-family:Cambria; mso-hansi-theme-font:minor-latin; mso-bidi-font-family:"Times New Roman"; mso-bidi-theme-font:minor-bidi;}div.WordSection1 {page:WordSection1;}