Última alteração: 2023-08-01
Resumo
Em Moçambique a galinha indígena é a espécie que, quer pelo número de criadores, quer pela ordem de preferências, ocupa o primeiro lugar num ordenamento de prioridades, mas o produto final da produção avícola no sector familiar é baixo devido ao fraco maneio. Nesse âmbito, esta pesquisa teve como finalidade a caracterização da produção de galinhas indígenas no distrito de Guíja. A pesquisa durou 30 dias, onde para a recolha de dados fez-se visita aos criadores nas suas residências e por meio de inquérito fez-se perguntas á 162 avícultores. Os dados foram analisados usando o programa SPSS e ilustrados em forma de tabelas e gráficos. Verificou-se que o sistema usado para a criação é extensivo uma vez que não há controle de produção. Parte dos criadores não se dispõem de abrigos (capoeiras) para as galinhas, o que faz com que os animais sejam susceptíveis há doenças e predadores. Quanto a produção e produtividade das galinhas, segundo os dados colhidos, a proporção macho-fêmea mais frequente é de 1-5 (58%), o peso médio à primeira postura de 835 g, o peso médio da galinha pós postura de 875 g, a taxa média de eclosão de 75%, a taxa média de sobrevivência de 82%, o número médio de ovos colocados por ciclo de 13 ovos, a taxa média de mortalidade de 50%, e em médias as galinhas indígenas vivem 24 meses. Mesmo que a criação de galinha faça parte dos hábitos culturais das comunidades de Guíja, os produtores ainda continuam a desenvolver essa actividade sem conhecimento básico de maneio alimentar, sanitário, reprodutivo, fazendo com que o rendimento continue baixo nas famílias rurais. Recomenda se as entidades governamentais para sensibilizar os criadores a aderirem as campanhas de vacinação de galinhas contra Newcastle. Necessidade de mais pesquisas sobre a criação de galinhas indígenas.