Última alteração: 2023-08-05
Resumo
Nível de conhecimentos sobre a Saúde intima e surgimento de infeções nos Estudantes de Medicina do ISCTEM
Aissa Fagir 1, Clarisse Milena Vilanculos 1, Dulce Alaiza 1, Érica Monjane 1, Hyura Leopoldo Dos Santos1, Leocádia Paulo Mate1, Liriel Benjamim1, Uneissa Bint Tomás1, João Schwalbach1, Emília Pinto1, Tomás Zimba1.
1 Instituto Superior de Ciências e Tecnologias de Moçambique
SumárioOs hábitos de higienização íntima e cuidados a ela relacionados podem promover a manutenção do ambiente íntimo equilibrado. Com o presente trabalho pretendemos avaliar o nível de conhecimentos sobre higienização e sua relação com o surgimento de infeções contribuindo deste modo para a promoção e prevenção de doenças infeciosas que colocam em risco a saúde íntima do estudante.
Metodologia: Foi realizado um estudo observacional transversal qualitativo, entre os meses de Março e Abril de 2023 aos alunos do 2 ano Medicina Geral. O trabalho foi realizado tendo como base um formulário composto por 24 questões, interligando diferentes conhecimentos e abordagens sobre a higiene íntima. Foram inclusos todos estudantes do 2º ano presentes na altura da recolha de dados. Análise de dados foi feita usando o pacote Excel e os resultados apresentados em proporções e medias
Resultados: Dos 50 estudantes tivemos uma participação de 76%, com 71% (26) do sexo feminino. A idade frequente foi entre 18 – 20 anos, 74% (28). Em relação as práticas de higiene, 92% (35) toma banho mais de uma vez, 54% (15) usa sabonete, 21% (6) gel de banho e 25% (7) nenhum produto, destes 74% (28) não recomendável uso de produtos químicos, 82%( 31) referiu já ter tido alguma complicação na região íntima pelo uso de mesmos. Em relação a depilação todos a fazem rotineiramente, 55.3% (21) uma vez por mês, 47.4% (18) gilete, 31.5% (12) cremes e 21% (8) com cera. Quanto ao uso de cremes para clarear a virilha, 84% (32) referiu que não e 61%(23) achava que o uso dos mesmos constitui um factor contribuinte para o surgimento de infeções. Em relação ao uso regular de penso diário mesmo na ausência de período, 74% (20) referiu que não, e dos que usam o fazem mais de uma vez em 62% (17). Quanto a vida sexual activa 66% (25) referiu que sim, e destes 76% (19) usava o preservativo, 12% (3)o implante como os métodos mais frequentes e por acharem mais seguro.
Dos participantes com vida sexual activa, 72% (18), referiu ter mais de um parceiro e 68% (17) referiu lavagem da região íntima após as relações. Em relação a influência do dormir com a roupa íntima no aparecimento de infeções, 84% (32) referiu que sim, todos concordaram que o uso excessivo de produtos para higiene íntima e a não troca de roupas íntimas prejudicava a flora vaginal e influencia no surgimento de infeções. A maior parte dos estudantes 68% (26) já participou em palestras sobre cuidados a ter com a saúde íntima sexual e reprodutiva.
Conclusão: A maior parte dos estudantes teve cuidados de higiene básico, já teve alguma complicação na região íntima pelo uso de produtos e não os recomenda para higienização íntima. Porque maior parte dos mesmos tem vida sexual activa e com múltiplos parceiros, recomendamos métodos de proteção para evitar gravidez indesejada e doenças sexualmente transmissíveis uma vez que nem estudantes as praticam de forma protegida.