Última alteração: 2023-08-08
Resumo
A mobilidade de moçambicanos para a Africa do Sul iniciou cerca de1850, destinada às plantações de cana-de-açúcar na colónia britânica do Natal e depois, para as minas de Diamantes e Ouro de Kimberley e Transvaal respectivamente, empregando maioritariamente homens do Sul de Moçambique. Com o declínio das contratações por volta de 1975/76, assistiu-se o aparecimento e desenvolvimento do comércio informal transfronteiriço, cuja consolidação se verificou, após a aprovação da Constituição da República em Moçambique, em 1990, que defendia a economia de mercado e de livre concorrência, à luz das disposições do PRE. São objectivos do estudo: Mostrar de que forma a redução da contratação de trabalhadores moçambicanos nas minas da África do Sul, contribuiu para o surgimento e consolidação do comércio informal transfronteiriço. Descrever as dinâmicas sociais relacionadas com a prática do comércio informal transfronteiriço. Metodologicamente, recorreu-se ao método bibliográfico, e ao método de história de vida. Resultados: a mobilidade de moçambicanos para Africa do Sul teve origem no século XIX, compreendeu várias fases, nomeadamente: para as plantações de cana-de-açúcar, minas de diamantes e ouro e prática do comercio informal, em busca de recursos de sobrevivência para os envolvidos. Foi possível ainda perceber a mudança do predomínio do género dos envolvidos, em que no período d as plantações de cana-de-açúcar e das minas eram do domínio dos homens, e, na fase actual, o género predominante é femenino. Conclui-se que. apesar da mudança da actividade económica predominante, a concepção da África do Sul como local de oportunidades continua sendo importante para os habitantes do Sul de Moçambique.
Palavras Chave: Comércio Informal transfronteiriço, mobilidade.