Última alteração: 2023-08-08
Resumo
RESUMO: A medicina tradicional tem sido amplamente utilizada em Moçambique para tratar diversas doenças, incluindo a diarreia. No entanto, o uso das plantas medicinais precisa ser validado cientificamente para garantir sua eficácia e segurança. Nesse contexto, este estudo teve como objectivo, avaliar a composição fitoquímica e a actividade antibacteriana in vitro de nove espécies de plantas medicinais utilizadas na medicina tradicional de Moçambique para tratar doenças diarreicas. O estudo foi realizado entre Março à Junho de 2022. Foram colhidas nove espécies de plantas no Distrito de Matutuíne e identificadas no herbário da Universidade Eduardo Mondlane. A secagem, extracção por maceração e a identificação da composição fitoquímica foram realizadas no Departamento de Química da Faculdade de Ciências da UEM e os extractos foram concentrados no Laboratório de Química da Faculdade de Ciências Naturais e Matemática da Universidade Pedagógica de Maputo. O perfil de sensibilidade de Staphylococcus aureus e Escherichia coli foi feito através do método de disco-difusão no Laboratório de Microbiologia da Faculdade de Medicina da UEM. As plantas analisadas apresentaram saponinas, flavonóides, alcalóides, taninos e fenóis. A bactéria E. coli não apresentou sensibilidade aos extractos aquosos e etanólicos das nove espécies vegetais. Somente os extractos aquosos e etanólicos das folhas e ramos da Phyllanthus reticulatus Poir. tiveram efeito inibitório sobre S. aureus com halos médios de 11mm e 4mm, respectivamente. A resistência de E. coli aos extratos de plantas pode ser justificada por diferentes fatores, como a composição química específica de cada planta, a capacidade da bactéria de produzir enzimas que inactivam compostos bioativos e outras características genéticas e fisiológicas da bactéria. Os resultados deste estudo contribuem para a validação do uso da planta P. reticulatus no tratamento da diarreia e para a investigação de outras espécies de plantas com potencial terapêutico.