Introdução: Crianças nascidas em Moçambique ainda correm um elevado risco de não completarem cinco anos de vida. O relatório do Inquérito Demográfico e de Saúde em Moçambique 2011 indicou que 97 de 1000 crianças nascidas vivas morriam antes de completar 5 anos de idade no país. Um aspecto notável que os relatórios dos três inquéritos demográficos e de saúde realizados em Moçambique (1997, 2003 e 2011) revelam é a lenta redução das taxas de mortalidade infanto-juvenil nas áreas urbanas em comparação com às áreas rurais. Existe a possibilidade de que a lenta redução das taxas de mortalidade infanto-juvenil nas áreas urbanas moçambicanas se deva às disparidades intra-urbanas nas condições em que as crianças nascem e crescem e, essa hipótese ainda não foi investigada. Objectivo: Avaliar as diferenças nos níveis de mortalidade de crianças menores de 5 anos entre as áreas urbanas de assentamento formal, quase-informal e informal e os factores influentes em Moçambique. Materiais e Métodos: Dados do Inquérito de Indicadores de Imunização, Malária e HIV/SIDA em Moçambique 2015 serão usados. Classificar-se-á as áreas urbanas em formais, quase-informais e informais. Usando os dados dos nascimentos nos 5 anos anteriores à data do inquérito, estimar-se-á o risco de morte de crianças tendo em conta as suas características, dos seus agregados familiares e das áreas onde se localizam os agregados, com recursos à técnica de regressão de análise de sobrevivência. Resultados Esperados: O estudo espera revelar diferenças nos níveis de mortalidade infanto-juvenil em Moçambique de acordo com o tipo de área de assentamento urbano. A investigação deste assunto é relevante. Similarmente a muitos países da África subsaariana, em Moçambique o processo de urbanização é marcado pela formação de vastas áreas de assentamentos informais e existem razões para acreditar que haja diferenças de risco de morte de crianças dentro das áreas urbanas.

Palavras-chave: Urbanização, disparidades sociogeográficas, mortalidade infanto-juvenil