O sector do turismo, em Moçambique, foi eleito pelo Governo Central, através da Estratégia Nacional de Desenvolvimento (2015-2035), como um dos que deverá contribuir, a par dos sectores de energia, agricultura e infra-estruturas, no desenvolvimento nacional. A eleição deste sector resulta do enorme potencial para o desenvolvimento do turismo, quer na costa e no seu interior. Apesar do Plano Estratégico para o Desenvolvimento do Sector do Turismo em Moçambique (2016-2025) reconhecer esse potencial, seu enfoque é para às áreas costeiras e para as áreas de conservação legais, relegando parte do potencial que existe no interior do país a um processo de desenvolvimento que está a margem dos instrumentos nacionais de planeamento do sector turístico. O presente artigo procura evidenciar às potencialidades que existem para a prática do turismo no interior do país, evidenciando a Vila de Songo, na província de Tete. Através de um percurso metodológico que cingiu-se, essencialmente, na pesquisa bibliográfica e documental e no trabalho de campo, constata-se que a vila do Songo, onde se localiza um dos maiores empreendimentos energéticos de Moçambique, a Hidreléctrica de Cahora Bassa, é um dos territórios do interior com recursos e/ou atractivos diferenciados que poderão captar fluxos turísticos nacionais e internacionais. A beleza paisagística natural (clima e montanhismo) e urbana (jardins urbanos), a história e simbolismo do lugar, o rio Zambeze, a barragem, a gastronomia, hospitalidade das pessoas, o desporto e educação, baixos custos de água e energia, existência de aeródromo, entre outros elementos deste espaço, conferem-lhe requisitos excelentes, se correctamente planificados e geridos, para atrair visitantes nacionais e estrangeiros, facto que poderá contribuir para o desenvolvimento sustentável da vila e de seus habitantes.

Palavras-chaves: Turismo, Planeamento, Potencialidade, Songo, Tete.