Última alteração: 2018-08-16
Resumo
O objectivo deste artigo é analisar as políticas sobre a qualidade do ensino superior, no contexto do continente africano e de moçambique em particular, assim como avaliar a presença de directrizes do Sistema Nacional de Avaliação, Acreditação e Garantia de Qualidade do Ensino Superior nos quadros curriculares das instituições do ensino superior. O artigo resulta de uma pesquisa fenomenológica, que usa estudo documental sobre as políticas e quadros curriculares e as técnicas de entrevista a docentes membros das comissões da reforma curricular e gestores de unidades académicas de três universidades com sede na cidade de Maputo, nomeadamente a Universidade Eduardo Mondlane, Universidade Pedagógica e Universidade São Tomás de Moçambique. Como principais conclusões, a pesquisa constatou que os desafios do ensino superior em África são maiores do que os que podem ser colmatados pelos indicadores de qualidade definidos pelo sistema de avaliação. A diversificação de cursos e a formação de docentes do ensino superior são as directrizes mais destacadas nas políticas sobre a qualidade do ensino superior. Nos quadros curriculares das três universidades estudadas, existem níveis diferentes de abordagem da questão da qualidade da formação, muito embora todas elas tenham estabelecido gabinetes de avaliação de qualidade. Há que reconhecer o mérito do sistema de avaliação da qualidade em criar padrões para o ensino superior. No entanto, existe o perigo do mesmo transformar-se num aparelho burocrático e ao serviço exclusivo das elites, dos mercadores do ensino superior e de exclusão das camadas mais desfavorecidas da sociedade moçambicana.
Palavras chave: avaliação, qualidade, ensino superior moçambicano.