Última alteração: 2018-08-16
Resumo
A pesca artesanal no distrito de Angoche, norte de Moçambique, é caracterizada pela ocorrência de grande número de espécies, diversidades de embarcações e artes de pesca, sendo arrasto para a praia a pescaria mais importante representando 48% do total dos desembarques. O presente trabalho visa avaliar os possíveis efeitos da maré sobre a composição da ictiofauna capturada pela arte de arrasto para a praia na costa do distrito de Angoche, com intuito de contribuir para actividade pesqueira, no que diz respeito ao tipo de maré propícia para esta pescaria. Foram utilizados dados de amostragem biológica aleatória e estratificada dos desembarques diários desta pescaria no período de 2004 à 2009, disponíveis na base de dados do Instituto Nacional de Investigação Pesqueira de Moçambique. As capturas (kg) e rendimentos (CPUE) foram processados e agrupados por tipo de maré (viva, morta). Teste t foi usado para verificar se existem diferenças das CPUE’s e dos tamanhos médios em função das marés em três espécies, Thryssa vitrirostris, Sillago sihama, e Sardinela albella. Resultados deste estudo dão indicações de que o ciclo das marés influencia nas capturas, rendimentos de pesca e na composição específica. De acordo com Hoguane et al., (2007), pescadores artesanais detêm um conhecimento empírico sobre disponibilidade de vários tipos de peixe e artes de pesca por empregar em função das marés; e de acordo com Godefroid et al., (2003), o ritmo das marés impõe um padrão comportamental em peixes, tornando-os mais activos em correntes de baixa velocidade e menos activos quando a corrente possui maior velocidade. Contudo, o presente estudo pode ser usado para aconselhamento técnico aos pescadores que a maré viva, de acordo com os resultados pode ser propícia para a pesca.
Palavras-chave: Marés, ictiofauna, Pesca Artesanal, Angoche.
Autor: Ernesto Casimiro Cavariato
Autor correspondente: Daniel Oliveira Mualeque