Antes vista somente como acto de votar, hoje, a participação política espelha variadas formas de expressar uma opinião com o boom das redes sociais, seja por intermédio das manifestações, boicotes, artigos de opinião ou realização de petições. Com o presente artigo, pretendemos discutir o papel das redes sociais para a participação política da juventude, com destaque para o meio urbano, designadamente Maputo e Beira. Para a sua efectivação, nos baseamos na realização do método etnográfico-qualitativo que pressupõe o contacto directo com o público-alvo, por forma a captar o entendimento em torno do tema analisado – essencialmente organizações cívicas da juventude. Igualmente, optamos pela realização de uma pesquisa bibliográfica coadjuvada por entrevistas semi-estruturadas e fontes múltiplas sobre participação e mobilização política da juventude e redes sociais. Como resultados, destacamos que o uso das redes sociais não pode ser considerado como um meio exclusivo para a participação política em Moçambique, dado ao facto do seu uso ser limitado para às zonas urbanas ou para um número de pessoas reduzido, bem como a aparente apatia sobre a importância da política por parte dos jovens, situação agravada com os níveis elevados de abstenção eleitoral. A discussão deste tema insere-se no eixo sobre Governação, Economia e Direitos Humanos, dado ao facto da participação política constituir uma temática de discussão para governação de um país, bem como um dos requisitos de medição sobre a qualidade e respeito dos direitos humanos.

Palavras-chave: juventude, participação política, urbano, redes sociais