A ocupação de posições de tomada de decisão e influência por mulheres nas diversas áreas da sociedade é uma prioridade a nível global, de modo a garantir a construção de sociedades igualitárias e inclusivas, no entanto este processo regista progressos em alguns países e nem tanto em outros. De acordo com as Nações Unidas em 2017, estimava-se que a representação das mulheres nos parlamentos ao nível global era de 23.4%, tendo havido desde 2000 um crescimento de 10%. Quando olhamos a liderança do ensino superior de acordo com o MICTESS(2024)  temos em todo país  apenas 2 reitoras  e 7 vice reitoras de um total de 56 universidades de entre públicas e privadas. E no que diz respeito a Universidade Pedagógica de Maputo a situação é crítica, esta universidade possui 8 faculdades e apenas uma faculdade é dirigida por uma mulher e tem uma vice-reitora, no entanto outras unidades orgânicas da área administrativa que são lideradas por mulheres nomeadamente: a Direcção de Recursos Humanos, Direcção de Serviços, Direcção de Cooperação e Direcção de Licitação. O acesso a cargos no ensino superior está intimamente ligado ao grau académico e anos de experiência em posições de chefia, neste sentido muitas mulheres têm o acesso condicionado a posições de liderança e tomada de decisão, de acordo com o relátorio da UPM (2019), num universo de 106 doutorados apenas  cerca de 22 eram mulheres e 10 professoras associadas, e destas apenas 5 mulheres dirigem unidades orgânicas de nível central de entre faculdades e direcções.  Este estudo buscou Analisar os estereótipos de género na liderança das mulheres Directoras de Faculdade e Direcções na Universidade Pedagógica de Maputo. Em relação aos estereótipos de género nas direcções universitárias lideradas por mulheres, observou-se que estes influenciam directamente a forma como as directoras são percebidas e avaliadas. As percepções associadas à feminilidade (empatia, cuidado, sensibilidade) e masculinidade (assertividade, competitividade) afectam as relações dessas líderes com os colaboradores e o ambiente organizacional. As directoras são frequentemente vistas como "mães" ou "amigas", o que, apesar de parecer positivo, limita o reconhecimento de suas competências gerenciais.

Palavras-chave: Liderança feminina; Estereótipos de género; Representatividade; Ensino superior; Desigualdade; Tomada de decisão.