Este estudo investiga a relação entre as vias de acesso a alimentos e a segurança alimentar em agregados domésticos chefiados por mulheres na península da Macaneta, Moçambique, região designada como Zona Integrada de Estância Turística pelo decreto nº 44/2021. Em um contexto marcado por vulnerabilidade socioeconómica, mudanças climáticas e fluxos migratórios internos, as comunidades costeiras dependem de pesca artesanal e múltiplas fontes informais de suprimento alimentar. Como objectivo principal, pretende-se avaliar como mercados formais, feiras informais, produção doméstica e redes de solidariedade influenciam os níveis de insegurança alimentar em agregados chefiados por mulheres na Macaneta. Em termos de metodologia adoptou-se uma abordagem qualitativa, que permite explorar as experiências, percepções e estratégias utilizadas pelos agregados chefiados por mulheres na Macaneta. A colecta de dados será através de entrevistas semiestruturadas para explorar percepções sobre turismo, migração e estratégias de acesso e segurança alimentar. Em relação aos resultados esperados espera-se qualificar a contribuição relativa de cada via de acesso à alimentação na segurança alimentar, identificar variáveis socioeconómicas e climáticas associadas à insegurança e mapear as principais estratégias de acesso e segurança alimentar. Os achados devem oferecer base empírica para políticas integradas de turismo, pesca e segurança alimentar, além de fortalecer intervenções voltadas ao empoderamento feminino.

Palavras-chave: Segurança alimentar, Acesso a alimentos, Género, Migração climática