Última alteração: 2025-07-08
Resumo
Introdução: A Peste Equina Africana é uma doença viral infecciosa, não contagiosa e altamente letal que afeta equinos. É causada por um Orbivírus transmitido principalmente por insetos do gênero Culicoides. É endémica em África, incluindo Moçambique, representando uma grave ameaça ao sector equestre, especialmente em regiões endémicas como Moçambique.
Objetivo: Descrever os sinais clínicos, achados laboratoriais e as medidas adoptadas em um caso confirmado de Peste Equina Africana no Centro Hípico de Maputo.
Metodologia: no dia 12 de Maio de 2025, um cavalo apresentou sinais clínicos compatíveis com a forma mista da doença, incluindo congestão e vermelhidão da conjuntiva, edema palpebral e torácico, espirros, apatia e respiração superficial. Após notificação, o foi feito o exame clínico e colhidas amostras de sangue por punção venosa na veia jugular, para exames laboratoriais, incluindo hemograma completo, exames bioquímicos e Reação em Cadeia da polymerase em tempo real (técnica molecular para detecção de material genético viral). Foi imediatamente iniciado o tratamento paliativo com administração de multivitaminas do complexo B12, antibióticos e anti-inflamatórios, visando reduzir a inflamação sistémica e melhorar o conforto do animal.
Conclusão: O diagnóstico foi confirmado a 23 de Maio de 2025. O hemograma indicou diminuição do hematócrito (anemia) e leucocitose (resposta inflamatória). O exame bioquímico alterações em triglicerídeos, colesterol, bilirrubinas totais, glicose e creatina kinase, sugerindo disfunção hepática, muscular e distúrbios metabólicos associados à infeção viral. Foram adotadas medidas de isolamento do animal, controlo de vetores e vigilância sanitária. Este relato destaca a importância da vigilância epidemiológica contínua, do reconhecimento clínico precoce e da resposta sanitária coordenada em surtos de Peste Equina Africana, especialmente em zonas endémicas.
Palavras-chave: Peste Equina Africana, Orbivirus, Cullicoides, Vigilância epidemiológica.