HETEROGENEIDADE DE HABITATS E DIVERSIDADE FLORÍSTICA NA RESERVA FLORESTAL DE LICUÁTI E ÁREAS ADJACENTES

AA Buque¹, G Albano¹, F Langa ¹

¹Universidade Eduardo Mondlane, Departamento de Ciências Biologicas, Moçambique, Maputo, alicebuq5@gmail.com

Introdução/contextualização: A distribuição e a diversidade florística são frequentemente moldadas por variações ambientais e estruturais da paisagem. Este estudo investigou o grau de heterogeneidade entre os tipos de vegetação na Reserva Florestal do Licuáti e as áreas adjacentes, e como a heterogeneidade ambiental influencia a diversidade de espécies vegetais. Objectivos: Avaliar a heterogeneidade de habitats e sua influência na diversidade florística na Reserva Florestal de Licuáti (RFL) e áreas adjacentes. Metodologia: Foram amostradas parcelas distribuídas em quatro tipos de vegetação (floresta, brenha, matagal e pradaria), com registro da composição florística, estrutura da vegetação e variáveis ambientais como clima, solo e topografia. A diversidade foi estimada pelos índices de Shannon-Wiener, Simpson e equitabilidade de Pielou, enquanto a heterogeneidade ambiental foi medida pela Análise de Componentes Principais. A diversidade beta foi particionada em componentes de rotatividade e aninhamento. Resultados: A floresta apresentou a maior diversidade (H'=3,96), seguida pelo matagal (H'=3,77) e brenha (H'=3,51), enquanto a pradaria apresentou a menor diversidade (H'=2,90), com diferenças estatisticamente significativas entre este e os demais habitats (p<0,05). A análise do PCA mostrou que a floresta e a pradaria apresentam condições ambientais contrastantes, enquanto brenha e matagal semelhantes. A diversidade beta total foi moderada (βSOR=0,55), explicada principalmente pela rotatividade de espécies (βSIM=0,38), o componente de aninhamento (βSNE=0,16) foi mais relevante nas comparações entre floresta–pradaria e brenha–pradaria. Conclusões: Conclui-se que a complexidade estrutural da floresta sustenta maior diversidade, enquanto a pradaria, mais homogénea, é vulnerável à perda de espécies. A ausência de correlação significativa entre diversidade e variáveis ambientais ressalta a importância de outros processos, como dispersão ou factores históricos.