O crescimento urbano desordenado em países em via de desenvolvimento, particularmente nas periferias das cidades, tem contribuído significativamente para a degradação da qualidade da água. O saneamento deficiente nestas áreas leva ao descarte directo da água residual para os sistemas de drenagem pluvial. A contaminação da água é agravada pela ocorrência de bactérias resistentes a antibióticos resultantes tanto do uso descriminado de antibióticos na medicina humana e veterinária, quando pelo descarte inadequado de resíduos farmacêuticos. A água pluvial contaminada é descarregada nos cursos de água, favorecendo a proliferação de bactérias resistentes a antibióticos para o meio ambiente. Este estudo tem como objectivo avaliar a presença de microrganismos resistentes a antibióticos no sistema de drenagem da Avenida Joaquim Chissano, em Maputo. Para o efeito, foram colhidas 12 amostras de água ao longo do sistema de drenagem, abrangendo as saídas dos bairros de Maxaquene A, Malhangalene A e B, Munhuana, Minkadjuine, Mafalala, Chamanculo, Xipamanine e Aeroporto. Foram feitas analises laboratoriais e obtiveram-se resultados nos seguintes intervalos, coliformes totais (5,6x10^6 - 686,7x10^6 MPN/100ml), e E. coli (<1x10^6 - 16x10^6 MPN/100ml). Os bairros de Munhuana, Minkadjuine e Mafalala apresentaram maiores concentrações de coliformes totais e E. coli. Em relação à resistência a antibióticos, das 12 amostras analisadas, apenas a amostra colhida entre os bairros Munhuana e Minkadjuine foi positivo a E. coli resistente a antibioticos, com uma concentração de 2x10^6 MPN/100ml.

Palavras-chave: Bactérias resistentes a antibióticos, antibióticos, sistema de drenagem pluvial, saúde pública, meio ambiente.