Última alteração: 2025-06-16
Resumo
Carolina Pereira-Ferrão 1*, Paulo Lopes Henriques 2 , Patrício V. Langa3 & Helena Jerónimo4
1 Faculdade de economia- Departamento de gestão da Universidade Eduardo Mondlane; carolina.pereira@uem.mz; pereiracarol1008@gmail.com; https://orcid.org/0009-0004-6224-5879
2Advance/CSG,ISEG-Lisbon School of Economics and Management, Universidade de Lisboa 2; Lopeshen@iseg.ulisboa.pt; https://orcid.org/0000-0001-7869-7619
3Faculdade de Educação da Universidade Eduardo Mondlane; Institute for Post-School Studies, University of the Western Cape e AliMazrui Centre for Higher Education, University of Johanesburgo; patricio.langa@gmail.com ; https://orcid.org/0000-0002-2360-7118
4Advance/CSG,ISEG-Lisbon School of Economics and Management, Universidade de Lisboa 2; jeronimo@iseg.ulisboa.pt; https://orcid.org/0000-0002-5695-7018
*Autora correspondente: carolina.pereira@uem.mz /pereiracarol1008@gmail.com
Contextualização: Apesar da relevância das Novas Práticas de Gestão de Recursos Humanos (NPGRH) no desempenho organizacional e individual globalmente, há uma notável lacuna de pesquisas em contextos africanos, especificamente nas Instituições de Ensino Superior (IES) moçambicanas. Este estudo aborda essa lacuna, investigando o impacto das NPGRH na motivação e no comprometimento de docentes universitários em Moçambique, um ambiente com desafios socioeconómicos e infraestruturais únicos que podem influenciar a eficácia dessas práticas.
Objectivos: Determinar de que forma a adopção das NPGRH (teletrabalho, equipas de trabalho, equipas autogeridas, formação) estimula a motivação e o comprometimento dos docentes universitários nas IES públicas e privadas moçambicanas, e explorar as especificidades contextuais que moldam essas relações.
Metodologia: Realizado um estudo quantitativo, com a participação de 683 docentes de quatro IES. Dados recolhidos através de um questionário, aplicado online e impresso devido a desafios de acesso e preferência. A análise incluiu a estatística descritiva, Análise Factorial Exploratória (AFE) para identificar os factores latentes, e testes de associação para avaliar o impacto das NPGRH nas dimensões da motivação (intrínseca e extrínseca) e comprometimento (afectivo, calculativo e normativo).
Resultados: As NPGRH mostraram-se significativamente associadas à motivação dos docentes, excepto as equipas de trabalho na regulação social externa. A motivação intrínseca foi proeminente. No entanto, as NPGRH não estimularam significativamente nenhuma das dimensões do comprometimento, embora observadas diferenças entre IES públicas e privadas. Factores contextuais, relacionados às restrições financeiras e infraestruturais, são apresentados como interpretações alternativas para as associações fracas ou ausentes.
Conclusões: As NPGRH têm o potencial de influenciar a motivação dos docentes, especialmente a intrínseca, mas o seu impacto no comprometimento é limitado, o que pode ser explicado pelos desafios contextuais. Este estudo preenche uma lacuna crítica na literatura, fornecendo insights valiosos para a gestão de recursos humanos no ensino superior africano e fundamentando futuras pesquisas comparativas.
Palavras-chave: NPGRH, motivação, comprometimento, docentes universitários.