Última alteração: 2025-07-12
Resumo
Introdução: A pandemia de COVID-19 impactou severamente o setor turístico moçambicano, intensificando vulnerabilidades financeiras em Pequenas e Médias Empresas (PMEs), como agências de viagens. Em Maputo, a prevalência de estruturas informais de governança e práticas financeiras não convencionais criou desafios únicos para a reestruturação pós-crise, com lacunas na literatura empírica sobre implementação prática nestes contextos. Objetivos: O presente trabalho analisa estratégias de reestruturação financeira na Mextur, Lda (2020-2024). Metodologia: A pesquisa adota uma abordagem qualitativa de estudo de caso único, combinando revisão bibliográfica com análise de relatórios setoriais e registos internos da empresa. Resultados: O estudo revela que três estratégias foram decisivas: (1) renegociação flexível de dívidas baseada em relações informais com fornecedores; (2) pivotagem para turismo doméstico com pacotes de baixo custo; e (3) digitalização não-planeada de vendas. Como contribuição inovadora, identificou-se que microparcerias táticas com operadores locais - frequentemente operando em economia informal - e adaptação ágil de modelos de governança foram fatores críticos de resiliência, ausentes em quadros teóricos convencionais. Persistem desafios como acesso limitado a crédito formal e volatilidade da procura. Conclusões: As implicações práticas incluem: (a) um framework de reestruturação adaptado a PMEs moçambicanas, enfatizando redes colaborativas informais; (b) recomendações para políticas públicas: fundos emergenciais setoriais e incentivos à formalização progressiva.
Palavras-chave: Reestruturação financeira, COVID-19, microparcerias informais, economia informal.