Conferências UEM, XIII CONFERÊNCIA CIENTÍFICA DA UEM: 50 anos de Independência de Moçambique

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Análise Do Padrão Geo-espacial de Distribuição de Doenças: Uma análise do HIV/SIDA
Diana Paulo Sozinho, Mário Azarias Chelengo

Última alteração: 2025-07-15

Resumo


Introdução: Moçambique é o terceiro país mais afectado pelo HIV/SIDA a nível global, com elevadas taxas de prevalência e desigualdades regionais significativas. Em 2021, estimou-se que cerca de 2,4 milhões de pessoas viviam com o vírus do HIV no país. A análise da distribuição espacial do HIV/SIDA em Moçambique enfrenta um desafio crítico a escassez de espacialização de dados epidemiológicos, dificultando a compreensão do seu padrão de distribuição.

Objetivo: Analisar a distribuição espacial do HIV/SIDA no país e identificar os principais determinantes da sua propagação.

Metodologia: Foram utilizados dados do Inquérito Nacional sobre o Impacto do HIV/SIDA de 2021, bem como, os dados do Relatório Anual do HIV/SIDA. Três variáveis explicativas principais foram analisadas: população, número de unidades sanitárias com serviços de tratamento antirretroviral e a cobertura de circuncisão masculina. O mapeamento descritivo foi realizado através do método coroplético, excepto o número de unidades sanitárias e a incidência do HIV/SIDA, que foram representados por figuras geométricas proporcionais. Na análise da influência das variáveis explicativas, foram aplicados dois modelos de regressão:  regressão linear múltipla e regressão espacial autoregressiva.

Resultados: A maior concentração de casos nas províncias da Zambézia, Nampula, Sofala, Gaza e Maputo, com incidência destacada na faixa etária dos 15 aos 49 anos. Foram identificados clusters e hotspots nas províncias de Zambézia e Nampula. A população e o número de unidades sanitárias com tratamento antirretroviral apresentaram associação positiva significativa com os casos, enquanto a cobertura de circuncisão masculina não teve efeito estatisticamente relevante. Conclui-se que factores demográficos e infraestruturas de saúde influenciam a distribuição da epidemia, reforçando a importância da análise espacial para o planeamento de estratégias regionais mais eficazes.

Palavras-chave: distribuição espacial, mapeamento, análise geo-espacial, regressão espacial.