Última alteração: 2025-07-04
Resumo
Introdução/Contextualização: A inibição da enzima α-amilase representa uma abordagem promissora no controlo da hiperglicemia pós-prandial. Plantas ricas em compostos fenólicos têm mostrado potencial como fontes naturais de inibidores enzimáticos.
Objectivos: Avaliar a actividade inibitória da α-amilase por extractos etanólicos de raiz, caule e folha de Grewia monticola, correlacionando com os teores de compostos fenólicos, flavonóides e taninos.
Metodologia: Prepararam-se extractos etanólicos a 90% das diferentes partes da planta e foram submetidos a ensaios de inibição da α-amilase utilizando o método do ácido dinitrossalicílico (DNS). Determinaram-se os valores de IC₅₀ e os teores de compostos fenólicos totais (TPC), flavonóides e taninos por métodos colorimétricos.
Resultados: Os extractos da folha e do caule apresentaram IC₅₀ de 28,9 µg/mL e 44,7 µg/mL, respectivamente. O extracto da raiz mostrou inibição superior a 50% mesmo na menor concentração testada, gerando um IC₅₀ negativo por regressão linear. O TPC foi maior na folha (3,879 mg/g), seguido do caule (3,793 mg/g) e raiz (3,185 mg/g). Os teores de flavonóides totais seguiram a ordem caule > folha > raiz, e taninos foram detectáveis apenas em caule e folha. Os dados sugerem sinergismo entre compostos fenólicos e não fenólicos como explicação para a actividade marcante da raiz.
Conclusões: Os extractos de G. monticola demonstraram actividade inibitória relevante contra a α-amilase, com destaque para a raiz, cuja potência poderá estar associada a compostos altamente activos não quantificados pelos métodos convencionais. Os resultados reforçam o potencial da planta como fonte de agentes antidiabéticos naturais.
Palavras-chave: Grewia monticola, α-amilase, inibição enzimática, compostos fenólicos, IC₅₀