Última alteração: 2025-06-20
Resumo
Moçambique é um país constituído maioritariamente por comunidades rurais (62,4%), nas quais, devido à pobreza e a outros factores, observa-se um índice elevado de insegurança alimentar, afectando 27% dessas comunidades e 18% das comunidades urbanas, com elevadas taxas de desnutrição crónica, que afecta cerca de 30% das crianças menores de cinco anos, com maior incidência nas províncias de Cabo Delgado, Tete, Gaza, Sofala e Zambézia. Por outro lado, Moçambique apresenta um elevado potencial de produção de mandioca, sendo o décimo primeiro maior produtor do mundo, e esta representa uma fonte de energia primária (calorias, carbohidratos e vitaminas), apresentando, por sua vez, uma versatilidade culinária, destacando-se as farinhas e seus derivados. O presente trabalho visa produzir farinhas a partir da mandioca (farinha seca e farinha de amido), convencionais e fortificadas (com vista a aumentar o seu valor nutritivo), como insumos alimentares para confecção de bolos, biscoitos, tortas, pão, ximas, papas, entre outros. Para a determinação dos parâmetros nutricionais das farinhas, são feitas análises laboratoriais através dos métodos de Kjeldahl, método de análise de carboidratos totais, método de Bligh e Dyer e determinação de cinzas. As farinhas secas, para cada 100 g, apresentam 361 kcal, 1.6 g de proteínas, 0.3 g de lípidos, 87.9 g de carboidratos, 6.4 g de fibras, 14 mg de vitamina C e 0.44 g de cinzas (Fe, Ca, Na e Mg). As farinhas de amido, por sua vez, apresentam, para cada 100 g, 331 kcal, 80.5 g de carboidratos, 0.5 g de proteínas, 0.3 g de lípidos, 0.6 g de fibras e 0.3 g de cinzas. Estes valores nutricionais constituem uma base para a segurança alimentar e garantem a melhoria da dieta alimentar das famílias moçambicanas.
Palavras-chave: nutrição, mandioca, farinhas, segurança alimentar.