Nos últimos 50 anos a população Moçambicana triplicou, passando de cerca de 10 milhões em 1975, ano da independência nacional para 34 milhões em 2025. Para os próximos 25 anos, isto é, ate 2050, as projeções indicam que a população poderá duplicar passando para 60 milhões. Desta tendência, o que se constata é que, a taxa de crescimento da população que representa o ritmo com que a o aumento populacional vem acontecendo é acelerado. Esta aceleração é resultado da combinação de redução da mortalidade e manutenção de uma natalidade alta. Como consequência a composição da população por idade, que também se designa estrutura etária da população, é jovem estando a idade mediana em torno de 17 anos, isto é, metade dos 34 milhões de moçambicanos tem idade igual ou inferior a 17 anos. Esta estrutura etária jovem será directamente responsável pelo futuro crescimento acelerado da população, mas sobretudo pela pressão demográfica em termos de procura por bens e serviços. Se actualmente a cobertura e a oferta de bens e serviços, sobretudo os básicos ainda é limitada, com a duplicação da população em 25 anos a situação pode socioeconómica deteriorar-se. Se por um lado é legítimo questionarmo-nos sobre o que se deve fazer para evitar o agravamento da situação, por outro lado, é ainda mais legitimo nos questionarmos sobre quem deve ser responsável por desenvolver e implementar estratégias para lidar com a situação e sobretudo como o deve fazer. O artigo reponde as estas questões a partir da análise histórica da gestão da população nos últimos 50 anos e a aponta as alternativas para os próximos 25 anos. A principal constatação é que é necessário reverter a tendência da secundarização da governação demográfica devendo trazê-la ao centro da acção governativa. Deste modo se poderá capitalizar o dividendo demográfico.