Conferências UEM, XIII CONFERÊNCIA CIENTÍFICA DA UEM: 50 anos de Independência de Moçambique

Tamanho da fonte: 
Vícios contra a natureza: Cultura, religião e novas masculinidades na Ilha de Moçambique
Rafael Armando Benzane

Última alteração: 2025-06-05

Resumo


Vivemos um momento histórico de tentativa de consolidação de novas masculinidades que nos impõem a rejeitar o velho e tradicional binário homem-mulher e a aceitar e incorporar a pluralidade de gêneros no processo de socialização e construção de personalidade, e em Moçambique a homossexualidade não é punida nos termos da lei desde 2015, porém continua a existir discriminação. Embora haja resistência por parte de algumas regiões e religiões, as novas masculinidades inserem-se como como um ponto alto da expressão das liberdades individuais. O estudo objetiva compreender os desafios enfrentados pelos homossexuais na Ilha de Moçambique face a cultura e a religião islâmica.  Para o alcance dos objetivos de estudo, foi necessário recorrer a uma abordagem qualitativa da variante narrativa, quanto a natureza usou-se a pesquisa básica, quanto aos objetivos o método exploratório; quanto aos procedimentos técnicos o estudo foi feito mediante a pesquisa bibliográfica, e para a recolha de dados, o estudo contou com a entrevista semiestruturada. Resultados: na região da Ilha de Moçambique não existe uma associação LGBT, estando estabelecida na Cidade de Nampula; pouco se debate ou se realizam palestras sobre a homossexualidade na Ilha de Moçambique; segundo as narrativas existem muitos jovens que ainda estão no armário, por medo da reação familiar e ou social; persiste na região a intolerância e a descriminação para com os homossexuais, devido a questões culturais e religiosas. O estudo concluiu que expressar uma forma de gênero não binário na Ilha de Moçambique é ir contra a cultura e a religião o que pode levar a não aceitação familiar e a exclusão social.

Palavras-chave: Cultura e Religião; Homossexualidade; Ilha de Moçambique; Novas masculinidades.