Introdução: As bactérias do complexo micobactéria não tuberculose (CMNT) são patógenos de uma condição patológica similar à desencadeada por bactérias do complexo micobactérias tuberculose (CMTB). As CMNT abitam em variados ambientes e afectam principalmente os imunodeficientes, e a análise da sua ocorrência em diferentes grupos populacionais reveste-se de suma importância, pois fornece bases para o diagnóstico laboratorial e a elaboração de esquemas terapêuticos.

Objectivo: Avaliar a frequência de micobactérias não tuberculosas patogénicas em amostras referenciadas ao Laboratório Nacional de Referência da Tuberculose no período de 2015 à 2020.

Metodologia: Analisou-se 334 dados extraídos do DISA Lab do LNRT e seleccionados por amostragem sistemática para a análise de frequência de CMNT. Os dados foram organizados numa base Excel e exportados para o pacote estatístico SPSS v. 20, onde foram analisadas todas as variáveis a um nível de significância de 5%. Classificou-se as espécies em potencialmente patogénicas e potencialmente não patogénicas.

Resultados: Os dados analisados distribuíram-se em maior número no género masculino (193/334) e faixa etária de 15 a 60 anos de idade (263/334). A cidade (208/334) e província de Maputo (51/334) foram as principais fontes de amostras processadas em 2015 a 2020 as quais, na sua maioria, foram pulmonares (311/334). Verificou-se maior predomino de caso novo (88/334) e tuberculose multidroga resistente (76/334) nos dados analisados. Várias espécies de micobactérias não tuberculose foram reportadas ocorrendo, de forma geral, em todos parâmetros do estudo e 24.25% foi a frequência relativa à espécies potencialmente patogénicas reportadas pelos testes nas amostra referenciadas ao LNRT.

Conclusão: Estes resultados constituem a base para avaliação de antibióticos contra as espécies prevalentes em Moçambique e por consequência aquisição de fármacos específicos para o tratamento de doenças provocadas por estes patógenos.

Palavras-Chave: Tuberculose, Complexo Micobactéria Não Tuberculose, prevalência, LNRT, Maputo.