Última alteração: 2025-07-04
Resumo
Introdução: A Neisseria gonorrhoeae e a Trichomonas vaginalis estão entre as infecções sexualmente transmissíveis (IST) mais comuns na África Subsariana. Essas ISTs representam um problema de saúde pública global. A T. vaginalis está associada a complicações na gravidez e ao aumento do risco de transmissão do HIV. Já a N. gonorrhoeae pode causar infecções pélvicas e levar a complicações como infertilidade, dor pélvica crônica, gravidez ectópica e parto prematuro.
Objectivo: Analisar a frequência das infecções por N. gonorrhoeae, T. vaginalis e os factores de risco associados em pacientes atendidos no Hospital Provincial de Tete.
Metodologia: O estudo foi transversal prospectivo, realizado entre Junho e Agosto de 2022, envolvendo pacientes adultos de ambos sexos. Aos participantes, foram feitas zaragatoas genitais, e prosteriomente, exames à fresco para o diagnóstico de T. Vaginalis e, exame de cultura microbiológica e coloração de Gram para diagnóstico de N. gonorrhoea. Também foram submetidos a um questionário escrito para a obtencão de informações sobre factores de risco. Os dados foram analisados no SPSS, considerando um intervalo de confiança de 95%.
Resultados: Foram testados 205 pacientes, dos quais 10,7% eram homens e 89,3% mulheres. A idade dos pacientes variou de 18 a 49 anos de idade, com uma media de 27±6,9 anos. Observou-se frequências de 20,5% para a N. gonorrhoeae e 24,9% para a T. vaginalis. Os factores de risco associados ((p<0,05) as infecções por N. gonorrhoeae e T. Vaginalis foram: tipo de relação conjugal, ingestão de bebidas alcoólicas, prática de duchas vaginais, introdução de raízes ou objetos para aumentar prazer sexual, número de parceiros sexuais nos últimos 3 meses, número de parceiros sexuais ocasionais nos últimos 3 meses, tipo de método anti- conceptivo que usa, já teve alguma vez úlcera vaginal/ uretral, se sim foi tratada numa unidade sanitária.
Conclusão: A frequência relativa de infecção por N. gonorrhoeae parece estar dentro da faixa global prevista, enquanto a de T. vaginalis é superior à faixa esperada. Portanto o estudo suporta a necessidade de rastreio regular destas ISTs, de forma a melhor orientar estratégias de prevenção e o tratamento oportunos de pessoas com sinais, bem como para a notificação, educação e rastreio nas comunidades.
Palavras-chave: Microrganismos sexualmente transmissíveis, Neisseria gonorrhoeae, Trichomonas vaginalis, rastreio, Tete.