INTRODUÇÃO - O presente artigo resulta de um estudo geoarqueológico levado a cabo pelo presente autor, no período de 2016 à actualidade, e aborda as alterações do clima durante a Idade da Pedra Superior no sítio arqueológico de Tchina-Tchina, Massingir.

OBJECTIVO - O objectivo principal do artigo é discutir as alterações climáticas na área e durante o período em estudo, para compreender as interacções dos humanos modernos que habitaram em Massingir durante a Idade da Pedra Superior.

METODOLOGIA - O estudo, em epígrafe, foi feito por meio de análise de indicadores sedimentológicos, geoquímicos, arqueológicos e cronológicos em laboratórios especializados, com destaque laboratórios de Geologia e Ciências da Terra da Universidade do Algarve, Portugal e de Arqueologia do Departamento de Arqueologia e Antropologia (DAA) da Universidade Eduardo Mondlane (UEM).

RESULTADOS – Os resultados do estudo mostram que o sítio de Tchina-Tchina apresenta depósitos fluviais na sua base, que foram cobertos principalmente por depósitos coluviais (intercalados por alguns depósitos fluviais) que contêm horizontes arqueológicos que datam de ca. 32 000 anos, denotando diferentes ambientes de deposição e climatéricos. A datação através de Carbono 14 indica ocupação humana em Tchina-Tchina durante o Pleistocénico superior e princípios do Holocénico.

CONCLUSÃO - Concluiu-se, através das análises dos indicadores supracitados que, a ocupação do sítio foi tanto em períodos quentes e húmidos como em frios e secos. As evidências arqueológicas mostram que os humanos anatomicamente modernos que habitaram no sítio de Tchina-Tchina se adaptaram a esses ambientes explorando os ecossistemas terrestres e fluviais, evidenciando, assim, resiliência às alterações paleoambientais.

Palavras chave: Clima, Alterações, Plistocénico, Humanos