Última alteração: 2025-07-18
Resumo
INTRODUÇÃO: Durante a pandemia da COVID-19 em Moçambique várias pessoas recorreram a automedicação para a prevenção e tratamento da doença, incluindo remédios vegetais e medicamentos convencionais. No entanto, a adesão dos profissionais de saúde a essa prática não foi amplamente estudada em Moçambique. O presente estudo teve como objectivo identificar os remédios vegetais e medicamentos usados na prevenção e tratamento da COVID-19 pelos profissionais de saúde da Cidade de Maputo.
METODOLOGIA: Durante o período de Janeiro a Abril de 2024, foi conduzido um estudo transversal através de um inquérito online utilizando o Google forms, direcionado aos profissionais de saúde do Hospital Geral de Mavalane e do Hospital Geral Polana Caniço. Este inquérito teve como objetivo recolher informações sobre o uso de plantas e medicamentos para a prevenção e/ou tratamento da COVID-19. Os dados foram analisados utilizando o software Epi Info 7.2.6.0.
RESULTADOS:
Um total de 349 profissionais de saúde clínicos dos dois hospitais participaram do estudo. Dentre estes, 41(16,5%) usaram remédios vegetais para prevenção e tratamento 146(58,9%) somente para prevenção e 61(24,6%) somente para tratamento. Relativamente ao uso de medicamentos, 93(42,6%) usaram para prevenção e 125(57,3%) para tratamento. Os remédios vegetais mais comuns foram a decocção das folhas de limão (Citrus limon) (20.9%) seguida pela inalação de vapor de folhas de Eucalipto (Eucalyptus globulus) (19,9%). Entre os medicamentos a Azitromicina foi usada por de 28,1% dos profissionais no tratamento e o ácido ascórbico (vitamina c) em 31,3% na prevenção.
Conclusão:Os resultados deste estudo revelam uma prevalência significativa deuso remédios vegetais entre profissionais de saúde no contexto da prevenção e tratameto da COVID-19. Esses achados ressaltam a importaância de compreender as práticas de automedicação e o uso de remédios tradicionais durante emergências de saúde pública, além de destacar a necessidade de educação e orientações adequadas sobre a eficácia e os possíveis riscos associados a essas práticas. Futuras intervenções de saúde pública devem considerar esses resultados para promover o uso suguro e eficaz de tratamentos durante crises sanitárias.
PALAVRAS-CHAVE:Plantas medicinais, COVID-19, Profissonais de saúde, Automedicação