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Introdução: O ovo de galinha é um dos alimentos mais completos do ponto de vista nutricional, oferecendo proteínas de alto valor biológico, além de ser acessível economicamente. No entanto, a crescente demanda por esse produto tem levado muitos produtores ao uso indiscriminado de antimicrobianos, o que pode resultar na presença de resíduos nos ovos, o que levanta sérias preocupações em relação à saúde pública, particularmente ao desenvolvimento de resistência microbiana (RAM).

Objectivo: Este estudo teve como objetivo avaliar a presença de resíduos de antimicrobianos em ovos de galinha poedeira provenientes de alguns distritos da província de Maputo, Moçambique.

Metodologia: Ovos (n=60) adquiridos de granjas localizadas nos distritos de Matola, Marracuene e Moamba, foram analisados quanto à presença de resíduos de antimicrobianos (RAs) pela técnica de difusão de quatro placas da União Europeia (EU4PT).

Resultados: Foram detectados RAs em todas as amostras de ovo inteiro analisadas (100%). Os diâmetros de halos de inibição em milimetros (mm) variam de 1,67±3,89 a 12,42±0,67 em Moamba, 0,5±2,45 a 15,21±2.06 em Matola, e 8,54±6,97 a 14,88±5.02 em Marracuene. Matola apresentou de forma consistente maiores halos de inibição nos diferentes testes de pH e ATCCs. Relativamente aos grupos de antibióticos testados, 100% das amostras de Moamba e Matola apresentaram positividade aos RAs pertencentes ao grupo dos beta-lactâmicos, sulfanamidas e aminoglicosídeos, a exceção de macrolideos com 16,7% para Moamba e 4,2% para Matola. A positividade em Marracuene foi de 91,7% para aminoglicosideos seguido por beta-lactâmicos com 79,2% e por fim o grupo das sulfanamidas com 62,5%.

Conclusão: A presença de RAs sugere o uso inadequado e não respeito aos períodos de carência, o que pode comprometer a segurança alimentar e contribuir para o desenvolvimento de RAM. Recomenda o fortalecimento das políticas de controle de resíduos de antimicrobianos e capacitação dos avicultores em boas práticas de maneio.