Conferências UEM, XIII CONFERÊNCIA CIENTÍFICA DA UEM: 50 anos de Independência de Moçambique

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ENTRAVES NA PRODUÇÃO DE FRANGOS DE CORTE: ESTUDO DE CASO EM UNIDADES AVÍCOLAS EM MAPUTO
Maura Da Leticia Moisés Johane, Amelia Neyde Mainasse Nguenha, Charmila Idrisse I. I. Mussagy Sineque, Palmira Penina Timbe, Alberto Pondja

Última alteração: 2025-07-15

Resumo


Introdução: A avicultura é um sector estratégico para o desenvolvimento de Moçambique, contribuindo significativamente para geração de emprego, melhoria da nutrição e da segurança alimentar. Todavia, a actividade enfrenta diversos desafios ao longo da cadeia produtiva, afectando de forma mais acentuada o desempenho dos pequenos produtores de frangos de corte.

Objectivos: Este estudo visou identificar os principais entraves enfrentados pelos produtores de frangos em unidades avícolas em Maputo.

Metodologia: Foi realizado um estudo transversal envolvendo 50 avicultores seleccionados usando amostragem intencional e por conveniência em 5 distritos urbanos da província e cidade de Maputo. Utilizou-se um questionário semi-estruturado para recolher informações sobre os aspectos produtivos e os constrangimentos enfrentados pelos avicultores na criação de frangos de corte. Os dados recolhidos foram analisados através de estatística descritiva.

Resultados: A análise sociodemográfica dos inquiridos revelou predominância do sexo feminino (62,0%), com a avicultura sendo a principal actividade económica (66,0%). A maioria possuía mais de cinco anos de experiência no sector (61,0%), embora 80,0% não possuíssem formação técnica específica em avicultura. A vinculação à instituições avícolas era limitada, com 88,0% não integrados a empresas e 95,9% não associados a cooperativas. Quanto à capacidade produtiva, 92,0% dos inquiridos eram avicultores de pequena escala (100-2000 aves/ciclo), e os restantes (8%) eram de média escala (2000-20000 aves/ciclo). A maioria reportou a ocorrência esporádica de surtos de doenças (58%) e vacinações como o principal controlo sanitário (100%). Os principais desafios relatados incluíram o custo elevado de pintos (93,9%) e ração (91,8%), falta de assistência veterinária (71,4%), variações térmicas (altas: 89,8%; baixas: 75,5%), dificuldades de mercado (67,3%), preços baixos (61,2%) e ausência de infraestruturas de abate (57,1%).

Conclusão: A avicultura enfrenta desafios estruturais e operacionais que comprometem sua viabilidade e sustentabilidade, exigindo políticas públicas integradas para fortalecer o sector por meio de insumos acessíveis, assistência técnica, infraestrutura e mercado justo.