Última alteração: 2025-07-11
Resumo
Introdução/contextualização
Os aumentos do custo da soja, da pressão ambiental, da população mundial e da insegurança alimentar, têm impulsionado a procura de soluções alternativas para a alimentação animal. Os insectos surgem como uma opção promissora devido ao menor impacto ambiental e à capacidade de bioconverter resíduos agro-alimentares, promovendo uma economia circular. O grilo comum (Acheta domesticus) destaca-se pelo seu alto valor nutricional, surgindo como uma possível fonte proteica alternativa e sustentável para a alimentação de monogástricos.
Objectivo
Avaliar o potencial da farinha de grilo como fonte proteica na alimentação de frangos de carne.
Metodologia
Setenta e dois pintos machos Ross 308, com um dia de idade foram alojados em gaiolas, em grupos de dois, e as gaiolas aleatoriamente distribuídas por três dietas isoproteicas e isoenergéticas com incorporação de 0% (C, controlo), 5% (G5) e 10% (G10) de farinha de grilo (n = 12), fornecidas ad libitum, durante 35 dias. Registou-se, semanalmente, o peso vivo e o consumo de alimento para calcular o ganho médio diário e o índice de conversão. A análise estatística foi realizada com o modelo linear generalizado do software SAS, considerando a gaiola como unidade experimental e o efeito fixo da dieta.
Resultados
A inclusão de farinha de grilo na dieta de frangos a 5% ou 10% não teve qualquer efeito negativo no peso vivo final, ganho médio diário, consumo de alimento ou no índice de conversão alimentar (p > 0,05) dos frangos, comparativamente aos alimentados com a dieta controlo. No entanto, observou-se uma tendência para os frangos alimentados com farinha de grilo apresentarem maior peso final (p = 0,079) e maior ganho médio diário (p = 0,081).
Conclusão
Os resultados demonstraram que nas nossas condições a farinha de grilo poderá ser incluída até 10% nas dietas de frangos de carne sem comprometer a performance de crescimento.
Palavras-chave: Insectos, Matérias-primas alternativas, Fontes de proteína, Sustentabilidade.