Conferências UEM, XIII CONFERÊNCIA CIENTÍFICA DA UEM: 50 anos de Independência de Moçambique

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BRIGADAS MÓVEIS E PLANEAMENTO FAMILIAR PARA ADOLESCENTES EM NAMPULA: ACEITABILIDADE E VIABILIDADE
Fatima Hassam Abacassamo, Castro Nhamahango, Luisa Huo, Cláudia De Abreu Lopes, Francisco Chicamisse, Maria Benigna Pedro Matshinhe, Baltazar Gonçalo Mazungane Chilundo

Última alteração: 2025-07-04

Resumo


INTRODUÇÃO/CONTEXTUALIZAÇÃO: Adolescentes e jovens dos 15 a 24 anos de idade em Moçambique enfrentam barreiras no acesso a serviços de saúde sexual e reprodutiva, resultando em gravidezes não intencionais e baixa adesão contraceptiva. O programa Safeguard Youth (SYP) introduziu brigadas móveis para expandir o acesso contraceptivo e educação sexual em áreas desfavorecidas de Nampula.

OBJECTIVOS: Avaliar a aceitabilidade e viabilidade da integração de serviços de planeamento familiar em brigadas móveis, identificando desafios operacionais.

METODOLOGIA: Estudo de caso qualitativo em Eráti e Memba (Nampula). Colecta de dados através de entrevistas em profundidade (34), discussões em grupos focais (6) envolvendo 33 participantes e observação não-participativa com líderes comunitários, agentes de saúde, educadores, prestadores de cuidados e parceiros implementadores. Os dados foram analisados utilizando o método de análise de conteúdo de Bardin.

RESULTADOS: A integração de planeamento familiar em brigadas móveis foi amplamente aceite (91,2%) e considerada viável (82,4%). No entanto, 17.6% dos participantes expressaram preocupações sobre o fornecimento irregular de contraceptivos, formação inadequada em cuidados empáticos para adolescentes e desafios logísticos. A confidencialidade e a resistência cultural influenciaram o envolvimento das adolescentes, exigindo estratégias de comunicação personalizadas.

CONCLUSÕES: As brigadas móveis têm potencial para aumentar a adesão contraceptiva entre adolescentes, fortalecendo o envolvimento comunitário e melhorando a gestão da cadeia de abastecimento. Recomendações incluem capacitar prestadores de cuidados, garantir o abastecimento de contraceptivos e envolver a comunidade para superar barreiras socioculturais.