Última alteração: 2025-06-05
Resumo
Latifa Mahomed Cassamo &
Marlino Eugénio Mubai
Introdução: O ano de 2025 marca cinquenta anos desde que Moçambique obteve sua independência de Portugal. Impulsionado por ideais socialistas, o novo governo de Moçambique propôs destruir todos os vestígios do colonialismo, incluindo um sistema educacional que negligenciara o conhecimento local. Objectivos: Este artigo analisa como as novas políticas educacionais foram implementadas no contexto das hierarquias globais de produção de conhecimento. Também analisa em que medida o aproveitamento do conhecimento indígena nas universidades moçambicanas pode constituir um factor diferenciador em relação às universidades do Norte global. O artigo argumenta que a retórica política sobre a descolonização da educação não produziu os resultados esperados. Metodologicamente, o artigo se baseia na revisão de literatura, pesquisa de arquivo e entrevistas orais. A análise de dados se baseia na análise de conteúdo. Conclusão: Contrariamente às intenções do governo do Moçambique pós-colonial, o sistema educacional moçambicano continua a reflectir a hegemonia do sistema educacional do Norte global, o que não está alinhado com o contexto local. Consequentemente, à medida que o mundo se inclina para economias do conhecimento, Moçambique corre o risco de negligenciar seu rico conhecimento indígena, que tem sido fundamental na capacidade adaptação às rápidas transformações económicas e sócio ambientais em curso no país.
Palavras-chave: Moçambique, descolonização, educação, conhecimento, economia