Última alteração: 2025-07-18
Resumo
Introdução/ Contextualização
A saúde sexual e reprodutiva em Moçambique é uma questão complexa, controversa e muitas vezes um tema estigmatizado. Os serviços de saúde sexual e reprodutiva tornaram-se parte do léxico cotidiano em Moçambique e globalmente. O acesso a estes serviços ganhou interesse nos discursos políticos, trabalhos académicos, congregações religiosas e agendas de ajuda internacional.
Objectivos
A pesquisa tem como objectivo geral compreender os principais desafios do acesso aos serviços de saúde sexual e reprodutiva enfrentados pelas raparigas em situação de emergência em Cabo Delgado, e especificamente, analisar como a educação sexual impacta nas escolhas que fazem para lidar em situação de crises.
Metodologia
Esta dissertação emprega a etnografia, por meio de entrevistas e observações. A pesquisa examina os pontos de vista e experiências de raparigas na faixa etária dos 15 aos 24 anos de idade, deslocadas das zonas de risco, estudantes abrigadas em bairros de reassentamento nos centros de acomodação.
Resultados
Os desastres humanitários e climáticos visivelmente se impõem e impactam no acesso aos serviços de saúde. Em Moçambique, Cabo Delgado é actualmente reconhecido como a província severamente afectada por sucessivos ou combinados casos de emergência a saber, o Ciclone Kenneth, COVID-19 e o Terrorismo.
Conclusões
Para os jovens, a exposição à educação sexual influencia muito a sua auto-identidade como cidadãos sexuais e orienta como eles estabelecem relacionamentos íntimos. Apesar do interesse da antropologia na análise do acesso aos serviços de saúde sexual e reprodutiva, no geral e da rapariga em particular, escasseiam análises antropológicas sobre a temática em contextos de desastres e emergência.
Palavras-chave: Saúde sexual e reprodutiva, Acessibilidade, Emergências, Género.