INTRODUÇÃO: A Opuntia ficus-indica (L.) Miller, conhecida como palma forrageira, é uma cactácea adaptada a regiões áridas e semiáridas, destacando-se pelo seu potencial nutricional e funcional devido ao elevado teor de compostos bioactivos. OBJECTIVO: O estudo teve como objectivo comparar as diferentes técnicas de secagem na qualidade físico-química, compostos fenólicos e estabilidade da farinha de cladódios (Opuntia ficus-indica). METODOLOGIA: O cactus fresco foi submetido à secagem a sombra, a secagem na estufa e a secagem no leito fluidizado e, posterior, processamento em farinhas. A secagem foi conduzida a 50ºC e 70ºC e a operação finalizada quando a humidade final estivesse abaixo de 10% (w/w). As farinhas foram analisadas quanto  às propriedades físico-químicas e  compostos fenólicos. Também foi feito o estudo da estabilidade através da avaliação da degradação da vitamina C, pH, actividade da água e compostos fenólicos nas farinhas obtidas de diferentes técnicas, armazenadas a 25 ± 3ºC e por um período de tempo de 45 dias. Paralelamente a estas análises foram também analisadas as propriedades em cactus frescos, sendo os resultados utilizados como padrão. RESULTADOS: Os resultados indicaram que todas as técnicas de secagem reduziram significativamente a actividade de água e a humidade final, com os menores valores obtidos na secagem em leito fluidizado a 70 °C (0,351 ± 0,012 e 7,12%, respectivamente). A secagem a altas temperaturas resultou em uma perda de aproximadamente 50% da vitamina C, enquanto os sólidos solúveis totais aumentaram cerca de 20%.  CONCLUSÃO: Concluiu-se que a técnica de secagem teve influência limitada sobre a qualidade físico-química e a estabilidade da vitamina C e dos compostos fenólicos na farinha. No entanto, a temperatura de secagem teve um impacto mais significativo, sendo que a secagem a 50ºC é a mais indicada para minimizar perdas nutricionais.

Palavras-chave: Opuntia ficus-indica, técnicas de secagem, compostos bioactivos, farinha funcional.