Última alteração: 2025-06-27
Resumo
RESSOANDO A REVOLUÇÃO MOÇAMBICANA: CANÇÕES REVOLUCIONÁRIAS E A LUTA DE LIBERTAÇÃO NACIONAL, 1964-1975
D.M. Malauene, PhD
Universidade Eduardo Mondlane, Faculdade de Letras e Ciências Sociais, Departamento de História, Maputo -Moçambique (denise.malauene@uem.mz)
RESUMO
Mediante a recusa do regime colonial Português em reconhecer a autodeterminação às suas colónias por via pacífica, e tendo em vista a libertação do território e do povo Moçambicano da opressão e subjugação colonial, em 1964 teve início a luta armada de libertação de Moçambique liderada pela Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO). Para o alcance desse desiderato a FRELIMO adotou diversas estratégias de luta e envolveu vários sectores, incluindo o sector da cultura com destaque para as canções revolucionárias. É neste contexto que a investigação realizada teve por objectivos (i) perceber a articulação entre a cultura e outras estratégias de luta; (ii) compreender a memorialização da luta de libertação através das canções revolucionárias; e (iii) analisar o papel das canções revolucionárias durante as várias fases da luta de libertação de Moçambique de 1964 até 1975. Através da pesquisa documental e da pesquisa de campo ancoradas na revisão bibliográfica, análise de conteúdo de documentos de arquivo, memórias e (auto) biografias de combatentes, recolha e análise de testemunhos orais e análise de recursos audiovisuais (canções, documentários, e filmes), concluiu-se que tanto a FRELIMO como as tropas portuguesas usaram canções como parte das estratégias de luta, especialmente para as ações de mobilização e recrutamento das tropas e da população para as suas causas. No entanto, a FRELIMO foi mais intencional ao incorporar canções revolucionárias nas diversas frentes da luta de libertação de Moçambique, desde os centros de treinamento e formação militar, as frentes de combate militar, na luta diplomática internacional, e nas prisões de prisioneiros políticos, com vista a instilar o espírito de nacionalismo e unidade na diversidade, para reforçar a moral, e para a resistência às adversidades advientes da luta de libertação.
Palavras chave: canções revolucionárias, FRELIMO, luta armada, Moçambique