Última alteração: 2025-06-20
Resumo
Introdução/contextualização
O diesel comercializado no Brasil contém, por regulamentação, 14 ± 0,5 % v/v de biodiesel. No entanto, desvios nesse teor são frequentes, sendo o parâmetro com maior índice de não conformidade (57 %) entre os analisados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Essa irregularidade compromete os benefícios ambientais do uso de biodiesel, como a redução nas emissões de dióxido de carbono e material particulado. Diante disso, destaca-se a necessidade de métodos rápidos, robustos e acessíveis para o controle de qualidade do teor de biodiesel nas misturas.
Objectivos
Desenvolver e validar metodologias analíticas para quantificação do teor de biodiesel metílico de palmiste (Elaeis guineensis) em misturas com diesel mineral, na faixa de 1 a 30 % v/v.
Metodologia
Foi empregada espectroscopia no infravermelho médio com transformada de Fourier, aliada a duas técnicas de calibração multivariada: Regressão por Mínimos Quadrados Parciais e Regressão por Vetores de Suporte. As amostras foram analisadas sem necessidade de preparo prévio, otimizando tempo e custo.
Resultados
Os modelos calibrados apresentaram excelente desempenho preditivo, com baixos erros de previsão, elevada linearidade e robustez estatística. A abordagem com Regressão por Vetores de Suporte destacou-se, oferecendo maior exactidão na estimativa do teor de biodiesel, com coeficiente de determinação elevado e baixa raiz do erro quadrático médio
Conclusões
O estudo comprova a viabilidade do uso da espectroscopia FT-MIR combinada com calibração por SVR para determinação rápida, precisa e económica do teor de biodiesel metílico de palmiste em diesel mineral. A metodologia desenvolvida se mostra promissora para aplicação em rotinas de controle de qualidade e fiscalização do teor de biodiesel no Brasil.
Palavras-chave: Sustentabilidade, química verde, quimiometria, combustível.