Em Moçambique, muitas zonas rurais enfrentam severas dificuldades no acesso à energia elétrica, comprometendo serviços essenciais, sobretudo na área da saúde. Em 23 de julho de 2024, uma reportagem de um canal televisivo moçambicano revelou que devido à falta de eletricidade, maternidade do Centro de Saúde de Mbirimbire, no distrito de Nhamatanda em Sofala, recorriam ao uso de fogo a lenha nos momentos de parto, evidenciando riscos e limitações na assistência médica. Durante as noites, a iluminação das enfermarias era garantida apenas por esses meios improvisados. Este tipo de situação evidencia a urgência de soluções descentralizadas, sustentáveis e adaptadas à realidade local. Esta realidade motivou o desenvolvimento de um protótipo funcional de uma usina termoelétrica multifuncional, capaz de operar com gás natural, carvão ou lenha como fonte de calor, capaz de suprir necessidades básicas de energia em localidades isoladas. O objetivo principal é fornecer uma solução acessível, segura e adaptável para geração local de energia em comunidades carentes de infraestrutura elétrica. A metodologia adotada envolveu a modelagem tridimensional do protótipo em softwares como Autodesk Inventor e AutoCAD, bem como a construção física do protótipo, seguida dos testes no Laboratório de Máquinas Elétricas da FENG. Espera-se contribuir para o desenvolvimento energético de Moçambique por meio da implementação de soluções inovadoras e adaptadas à realidade local, com foco na eficiencia e na diversificação da matriz energética nacional, através do uso combinado e eficiente de fontes como gás natural, lenha e carvão. Também se espera que o protótipo demonstre a viabilidade técnica e funcional de um gerador termoelétrico adequado ao contexto moçambicano, contribuindo para mitigar a escassez de energia em instituições públicas de difícil acesso e promover o desenvolvimento sustentável.

Palavras-chave: usina termoelétrica multifuncional, segurança energética, diversificação da matriz energética moçambicana.