O rap surgiu na Jamaica na década de 1960 e foi levado para os EUA pelas comunidades afrodescendentes na década de 1970. Esse estilo musical, que é mais impactante e popular no mundo todo, chegou a Moçambique nas décadas de 1980 e 1990, sob a influência da sociedade ou cultura americana.

A partir do final da década de 80, a juventude moçambicana, em diferentes momentos, pelo menos aqueles que menosprezavam a grande influência que a cultura hip-hop exercia sobre esta faixa etária (principalmente) eram certamente incompletos. Portanto, no final da década de 1990, o hip-hop já era bastante conhecido entre alguns artistas moçambicanos, principalmente na cidade de Maputo.

O início dos anos 2000 foi marcado pelo boom do hip-hop em Moçambique. Dada a forte influência do rap norte-americano na época, o foco principal dos rappers era o boom rap e o underground, um fenômeno que se generalizou até o século XXI, acompanhando as transformações rítmicas nos EUA.

Este artigo argumenta que o hip-hop na cidade de Maputo foi influenciado pelo fenômeno da americanização, precisamente pela adoção de transferências culturais americanas no rap moçambicano. Por outro lado, o antiamericanismo que se manifestava nas fortes críticas da sociedade moçambicana à cultura popular americana levou ao preconceito de que o rap era apenas para pessoas marginalizadas, para meninos imaturos. Ao mesmo tempo, a cultura hip-hop na cidade de Maputo passou por um processo de hibridização, nomeadamente ( mistura do rap americano com ritmos e instrumentos tradicionais moçambicanos). Metodologicamente, o estudo baseia-se numa revisão bibliográfica, análise de conteúdo de jornais contemporâneos , entrevistas, inquéritos, método participativo e pesquisa de fontes de arquivo.