A família Cerambycidae, popularmente conhecida como longicórneos, compreende aproximadamente 40.000 espécies de insetos em oito subfamílias: Aseminae, Cerambycinae, Lamiinae, Lepturinae, Oxypeltinae, Parandrinae, Prioninae e Spondylidinae. Tipicamente mantêm uma relação estreita com suas plantas hospedeiras. Os adultos são fitófagos, alimentando-se de partes vegetais, enquanto as larvas são predominantemente xilófagas, consumindo madeira. Este estudo teve como objetivo avaliar a distribuição, diversidade e os estados de conservação dos Cerambycidae em Moçambique, baseando-se nos espécimes depositados no Museu de História Natural de Maputo. Os dados foram coletados de fevereiro a agosto de 2023, envolvendo catalogação de 1.900 espécimes de 17 espécies. As fichas de catalogação incluíam informações detalhadas, como o nome científico da espécie, local de coleta, posição na gaveta, número do armário, número da gaveta, nome do coletor e data da coleta. Foi apresentada a distribuição das 17 espécies encontradas nas coleções: Ancylonotus tribulus, Coptops aedificador, Gahania simmondsi, Idactus multifasciculatus, Indaetus fuscovittatus, Lasiopezus longimanus, Lasiopezus nigromaculatus, Monochamus (Opepharus) spectabilis, Monochamus leuconotus, Phantasis avenica, Phantasis carinata, Phantasis gigantea, Purpuricenus lactus, Sternatomis bohemani, Tragocephala variegata, Zographus aulicus e Zographus nivisparsus. A distribuição das espécies identificadas nas coleções variou de forma significativas entre as Províncias. A Província de Tete apresentou a maior riqueza de espécies, com 83,44% do total, seguida de Maputo (9,89%), Quelimane (3,06%), Inhambane (1,55%), Niassa (1,12%), Sofala (0,64%) e Zambézia (0,26%). As províncias com maior índice de diversidade de Shannon foram Sofala (2,23) e Maputo (1,94), enquanto as províncias de Niassa (0,25), Quelimane (0,297) e Tete (0,508) apresentaram menor diversidade. O estado de preservação das coleções de Cerambycidae foi avaliado, revelando variações na qualidade: boa (R: 1137,1), deteriorada (R: 1048,8), má (R: 1010,8) e razoável (R: 888,53). A análise dos dados indica uma conservação desigual das coleções, evidenciando a necessidade de medidas específicas para melhorar a preservação dos espécimes. A variação na distribuição das espécies e a diversidade entre as províncias destacam a importância de integrar tanto a abundância quanto a diversidade na gestão da biodiversidade. Esses resultados são fundamentais para estratégias eficazes de preservação e conservação de Cerambycidae.

Palavras-chave: Biodiversidade, Distribuição geográfica, Estado de preservação.