Última alteração: 2025-07-15
Resumo
A lagarta-pagode, Pagodiella heckmeyeri Heylaerts, 1885 (Lepidoptera: Psychidae) é uma mariposa noturna, que ataca, infesta e pode causar danos severos em plantas ornamentais; Syzygium grande (Wight) Walp e S. lineatum (Myrtaceae), Terminalia catappa (Combretaceae), e Ixora sp. (Rubiaceae). Esta mariposa causa danos também em florestais incluindo espécies do mangal tais como Shorea leprosula (Dipterocarpaceae), Rhizophora apiculata (Rhizophoraceae), e R. mucronota e Ceriops decandra. Esta espécie, distribuída pelas regiões da Asia e Indo-pacifico regiões; Indonésia, Vietname, Singapura e Malásia foi pela primeira vez observada em Moçambique em Julho de 2019 com alta infestação e danos causados em amendoeira, T. catappa na região da Costa do Sol, Cidade de Maputo, na Latitude: 25o56’11.3’’ E e Longitude: 32o37’38.4’’ S. Assim, com o objectivo de avaliar o nível de invasão geográfica por ocorrência, distribuição, níveis de infestação e danos causados por esta mariposa foi feito um levantamento por contagem e registo de indivíduos de amendoeiras, infestadas e não infestadas, e o número de indivíduos de larvas da mariposa presentes por planta. Os níveis de infestação e danos foram avaliados conforme a escala de intervalos de 0 a 100% e a localização geográfica dos indivíduos de plantas foi registada através de coordenadas geográficas. Esta pesquisa foi feita de Julho de 2019 a Julho de 2021. Os dados foram previamente a análise estatística, transformados através da função Log10 para adequa-los a distribuição normal. A ocorrência e distribuição dos indivíduos foram representadas através de um mapa geográfico. Os resultados mostraram que foram registados n=87 (100%) indivíduos dos quais 29.4±5.3 (34.5%) estão infestados. Desde universo, 17.9±4.8 (60.8%) estão com infestação e danos, muito elevados. Foram registados 89.3±2 indivíduos da mariposa em plantas severamente infestadas e 4.6±3.9 indivíduos em plantas com infestação baixa a moderada. Estes resultados sugerem que a mariposa ainda esta no período de invasão ou ainda não tem sucessos de colonização do habitat e estabelecimento geográfico. Assim, considerando que as invasões biológicas, particularmente de insectos são entre outros factores reguladas e favorecidas pelas mudanças climáticas recomenda-se a realização de pesquisas de monitoria e avaliação do potencial de invasão e colonização desta espécie na Cidade de Maputo e noutras regiões costeiras do País.
Palavras chave: invasões biológicas, Pagodiella heckmeyeri, Terminalia catappa, Moçambique