Introdução: A leucemia pediátrica pode produzir impactos negativos na criança enferma e nos membros da família.

Objectivo: Analisar as potencialidades da psicoterapia sistémico-familiar, no restauro do funcionamento familiar, promoção de qualidade de vida e alívio da sobrecarga do cuidador informal em famílias com diagnóstico de leucemia pediátrica.

Metodologia:Estudo com uma abordagem mista com maior pendor qualitativo, cunho exploratório e procedimento pesquisa acção. Referir que esta pesquisa foi realizada em duas fazes, sendo a primeira quantitativa e a segunda fase qualitativa.

Resultados: No total, em duas fases foram inquiridos 45 cuidadores, selecionados por conveniência, tendo-se aplicado questionário sociodemográfico (QSD), escalas de sobrecarga do cuidador informal (ESC) e de qualidade de vida (EQV), inventários de depressão infantil (CDI) e de sintomas psicopatológicos (BSI), genograma e entrevista clínica circular.  Deste procedimento metodológico, foi observado que na primeira fase da pesquisa, dos 41 inquiridos (cuidadores informais) 38 eram mulheres, 24 desempregadas e 23 revelaram ligeira sobrecarga objectiva. Na qualidade de vida, há que referir que na dimensão meio ambiente dos 41 participantes, 22 apresentaram níveis baixos. Na família intervencionada na segunda fase, todos 5 membros tinham pouco domínio da doença, experimentaram desespero e disfuncionalidade familiar. Posto isto, aplicou-se a terapia sistémico familiar, onde os membros desta família conseguiram perdoar-se e prestarem apoio mútuo, o que revela funcionalidade deste modelo terapêutico.

Conclusão: Com vista prevenção de disfuncionalidade familiar devido a leucemia pediátrica, devem ser compostas equipes multissectoriais, onde os profissionais de saúde devem explicar a natureza de cada patologia e os psicólogos devem abranger toda a família nas suas intervenções.

Palavras-chave: leucemia, sobrecarga, qualidade de vida, disfuncionalidade familiar e terapia sistémico familiar.