Conferências UEM, XIII CONFERÊNCIA CIENTÍFICA DA UEM: 50 anos de Independência de Moçambique

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FACILITADORES E BARREIRAS DA ADESÃO À PROFILAXIA PRÉ-EXPOSIÇÃO ENTRE MULHERES JOVENS TRABALHADORAS DO SEXO
Amade Sucá, Zeca Manuel Salimo, Humberto Claudio Inguane, Wilson Perreira Da Silva, Assucenio Hortencio Chissaque, Carlos Eduardo Cuinhane

Última alteração: 2025-07-04

Resumo


Introdução: O Ministério da Saúde de Moçambique oferece gratuitamente a profilaxia pré-exposição a pessoas com risco substancial de infecção pelo virus da imunodeficiência humana, que inclui mulheres trabalhadoras do sexo, seronegativas, para evitar o risco de infecção por este vírus. Contudo, estudos indicam que há fraca adesão a esta profilaxia em Moçambique, por razões ainda desconhecidas. Objectivo: Identificar os facilitadores e barreiras da adesão à profilaxia pré-exposição entre mulheres jovens trabalhadoras do sexo na cidade de Maputo. Metodologia: O estudo utilizou o método quantitativo e inqueriu 272 participantes, entre Junho e Setembro de 2024. Foi usado o programa Statistical Software for Data Science, versão 17.0 para fazer análises descritivas e de regressão logística multinomial (p<0,05), por forma a estimar razões de chance associadas a adesão e recusa da profilaxia. Resultados: Das 272 inquiridas, 42,27% aderiram à profilaxia pré-exposição, enquanto 57,72% recusaram-na. O suporte psicossocial e familiar (razão de chance = 5,7; p = 0,002; intervalo de confiança a 95%, 2,022 – 9,380) constituíram os facilitadores para a adesão da profilaxia; enquanto que o estigma social, associado a toma da profilaxia (razão de chance = 1,7; p = 0,025; intervalo de confiança a 95%, 0,22 – 3,32) e a ruptura do medicamento nas unidades sanitárias (razão de chance = 2,95; p = 0,001; intervalo de confiança a 95%, 1,13 – 4,76) constituíram as barreiras para a recusa da profilaxia. Conclusão: Os resultados do estudo indicam que apesar da profilaxia ser gratuita, as inqueridas não aderem-na devido a ruptura dos medicamentos e estigma social associada a toma dos mesmos. Promover companhas de sensibilização do uso da profilaxia pré-exposição entre as mulheres jovens trabalhadoras do sexo e na comunidade, e melhorias no abastatecimento regular dos medicamentos nas unidades sanitárias podem incrementar a adesão à profilaxia.

 

Palavras-chave: Adesão, profilaxia pré-exposição, vírus da imunodeficiência humana.