Conferências UEM, XIII CONFERÊNCIA CIENTÍFICA DA UEM: 50 anos de Independência de Moçambique

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POTENCIAL REMEDIADOR DA Typha angustifolia DE SOLOS CONTAMINADOS POR MERCÚRIO NA MINERAÇÃO ARTESANAL DE OURO DE MUNHENA, MANICA
Luis Jose Fernando

Última alteração: 2025-07-08

Resumo


L. FERNANDO1*, G. NOOR2, S. CHIBUTE3, M. PINHO1, S. GUILUNDO1, C. MARTINS1, O. QUILAMBO1.

 

1. Departamento de Ciências Biológicas, Faculdade de Ciências-Universidade Eduardo Mondlane, Moçambique

2. Departamento Química, Faculdade de Ciências-Universidade Eduardo Mondlane, Moçambique

3. Faculdade de Medicina-Universidade Eduardo Mondlane, Moçambique

*- Autor correspondente: luisfernandoras022@gmail.com


A mineração artesanal de ouro e em pequena escala “Garimpo” utiliza mercúrio, um metal pesado altamente tóxico que contamina o meio ambiente e afecta a saúde humana, causando vários problemas, incluindo doenças degenerativas. Nesse contexto, a fitorremediação surge como técnica ecológica e de baixo custo para a descontaminação dos solos. O presente estudo avaliou o potencial remediador da Typha angustifolia em solos contaminados por mercúrio resultantes da mineração artesanal de ouro de Munhena, província de Manica. Metodologia: Foram utilizados solos colhidos na zona de mineração artesanal de Munhena (Manica), e as experiências conduzidas numa estufa de crescimento de plantas e em laboratórios da UEM, Maputo. Foram estabelecidos cinco tratamentos: T1 (solo contaminado), T2 (solo contaminado+ areia do rio Incomáti), T3 (controle- apenas areia do rio Incomáti), T4 (solo não contaminado) e T5 (solo não contaminado+ areia do rio Incomáti), cada um com 16 réplicas, totalizando 80 unidades experimentais. As plantas cresceram por 90 dias, tendo sido realizadas duas colheitas e determinados os parâmetros de crescimentos, bioquímicos, a concentração de mercúrio e factores de translocação e de bioacumulação. Resultados: As plantas em solos contaminados apresentaram melhor crescimento comparadas às do controle e dos solos não contaminados, embora os testes estatísticos não tenham evidenciado diferenças significativas (p> 0.05), observou-se a redução do teor de mercúrio nos solos e o seu aumento nos tecidos das plantas ao longo do tempo, o factor de translocação foi menor que 1 e o factor de bioacumulação foi maior que 1, indicando que a planta acumula mais o contaminante nas raízes do que nas folhas. Conclui-se que a Typha angustifolia demonstrou tolerância ao mercúrio, podendo ser efectivamente utilizada na descontaminação de solos contaminados por este metal pesado e de elevada toxicidade, utilizando mecanismos de rizofiltração e fitoestabilização.

Palavras-chave: Fitorremediação, garimpo, metal pesado, Typha angustifolia.