Contextualizando, observa-se que a intensificação da exploração de inertes no distrito da Moamba, por meio da actuação de areeiros e pedreiras, tem buscado responder à crescente demanda do sector da construção civil. No entanto, essa expansão tem provocado impactos significativos no território, evidenciando conflitos sociais, degradação ambiental e questionamentos em torno da responsabilidade social dos agentes exploradores. Com o objectivo de compreender essas dinâmicas, este estudo propôs-se a analisar as implicações socioterritoriais e a responsabilidade social dos exploradores de inertes na região. A metodologia adoptada foi qualitativa, baseada em análise documental, observações no terreno e entrevistas dirigidas a membros das comunidades afectadas, líderes locais e representantes das associações exploradoras. A análise de conteúdo permitiu identificar percepções recorrentes sobre os impactos, os conflitos e as práticas de responsabilidade (ou a ausência delas) no contexto da exploração. Os resultados revelam que a extracção desordenada, especialmente no leito do rio Incomáti, tem causado alterações no curso do rio e escassez de água para irrigação, além de gerar tensão entre comunidades e exploradores, exigindo intervenções institucionais. Foram também registradas denúncias de poluição, promessas sociais não cumpridas e acções pontuais, como a construção de algumas infra-estruturas sociais, realizadas sem planeamento integrado. Esses elementos reflectem a inexistência de uma estratégia articulada de gestão social e ambiental. A conclusão reforça a necessidade urgente de uma regulamentação mais eficaz, de um diálogo institucional fortalecido e da adoçam de práticas sustentáveis e socialmente responsáveis por parte dos exploradores de inertes.

Palavras-chave: exploração de inertes, implicações socioterritoriais, responsabilidade social, Moamba.