De todas as energias renováveis existentes, a biomassa é o recurso com maior disponibilidade e versatilidade, podendo desempenhar um papel importante no desenvolvimento de um sistema energético sustentável, ou seja, a biomassa é uma das principais fontes para a geração de energia nos países em vias de desenvolvimento. Em Moçambique, estima-se que cerca de 80% da população (urbana e rural) recorre à energia proveniente de biomassa lenhosa como a principal fonte de energia. O presente trabalho, tem como objectivo a produção do biogás a partir das amostras das cascas de milho e das fibras de coco com recurso ao uso do fogão gaseificador para o seu aproveitamento na cozinha doméstica, onde para tal, inicialmente foi feita uma caracterização dos combustíveis de teste usando a análise imediata que foi baseada na determinação da granulometria, teor de umidade, densidade aparente, matéria volátil, teor de cinzas, carbono fixo e poder calorífico, de seguida foi dimensionado e construído o fogão gaseificador. De acordo com a análise imediata feita das amostras foi possível verificar que o teor de humidade foi (57,8 e 8,19 %) na base húmida e (7,27 e 3,29 %) na base seca, a densidade agranel foi de (0,1928 e 0,2076 g/cm³) para a casca de milho e fibras de coco respectivamente, quanto a granulometria foi possível verificar que para a casca de milho a maior quantidade de biomassa fica concentrada no crivo de 0,5 mm e a menor quantidade fica concentrada no crivo menor que 1,15 mm, para a fibra de coco a maior quantidade de biomassa fica acumulada no crivo de 0.5mm e a menor quantidade fica acumulada no crivo de 4,75mm. O teor de voláteis foi de 82,32 (±0,03) % e 68,52 (±0,04) %. O teor de cinzas foi 3,1 (±0,02) % e 5,22 (±0,03) %, para o carbono fixo foi determinado 14,55 % e 26,26 % respectivamente. É importante salientar que a biomassa usada para alimentar o fogão deve passar inicialmente de um processo de limpeza, e a mesma deve conter uma quantidade reduzida de humidade (2 a 8%). O gaseificador de tamanho doméstico projectado e fabricado, tem um diâmetro interno de 150 mm e 570,5 mm de altura. O desempenho térmico do fogão foi realizado através do teste de fervura de água, no qual foi possível verificar que para as amostras de casca de milho, o tempo de fervura de água foi de 9 a 12 minutos, sendo esta variação devido ao tempo de activação do fogão, por outro lado para as amostras da fibra de coco, verificou-se que o tempo de fervura da água era de 7 a 11 minutos. Comparando as duas amostras, foi possível verificar que o tempo de fervura da água é reduzido quando usamos as mostras fibras de coco, isso por que, as mesmas apresentam maior densidade, teor de carbono fixo, e poder calorífico em relação a casca de milho.

Palavras-chave: Gaseificação, casca de milho e fibra de coco, energia renovável.