Resumo

Introdução:O diagnóstico de qualquer doenca em crianças e adolescentes é sempre dado aos pais e cuidadores. Faz-se uma preparação psicológica cautelosa, tanto da família como do doente para fazer a revelação. Quando se trata de doenças crónicas como o cancro, o processo é ainda mais complexo. O psicólogo desempenha um papel muito importante, estabelecendo uma ponte de comunicação entre a equipe médica e os cuidadores da criança. Se logo após a descoberta do diagnóstico o cuidador beneficiasse de um acompanhamento, ajudaria a evitar uma certa pressão psicológica aos cuidadores e permitiria uma boa qualidade de vida para a família em geral. Objectivo: Analisar o acompanhamento psicológico e sua frequência aos pais e ou cuidadores de crianças com doenças crônicas oncológicas. Metodologia: Para responder os objectivos propostos foi desenvolvida uma pesquisa mista, ou seja, quali-quantitataiva. Foram entrevistados 15 pais e cuidadores, que deram seus depoimentos sobre a sua situação e foram avaliadas a sintomatologia psicológica apresentada. Resultados: Os resultados revelaram que os pais não têm assistência psicológica, cada um vai lidando com a situação a sua maneira. Alimentam percepções maioritariamente negativas, ligadas a interpretações de autoculpabilização, feitiçaria e maldição. Conclusão: Concluiu-se que a maneira como os pais encaram o diagnóstico de cancro na sua criança é subjetiva e cada um pode escolher maneiras diferentes para enfrentar este momento de angústia. As estratégias de coping usadas pela maioria dos pais e cuidadores nesta pesquisa, foi a estratégia focada no problema, tomada como referência no problema, como forma de acomodar a nova situação de doença da criança. Os pais e cuidadores apresentavam uma sintomatologia psicológica que evidenciava o cansaço, falta de forças, sentimentos nagativos alterações constantes de humor, ressentimento e desesperança, autoculpabilização, que podem levar `a depressão e outros problemas de saúde mental.

Palavras chave: Acompanhamento psicológico, cuidadores de crianças, doença oncológica.