Conferências UEM, XIII CONFERÊNCIA CIENTÍFICA DA UEM: 50 anos de Independência de Moçambique

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IMPACTO DA SEVERIDADE DAS QUEIMADAS SOBRE A REGENERAÇÃO NATURAL ARBÓREA DA FLORESTA DE MIOMBO
Joana Lizardo Govene

Última alteração: 2025-07-17

Resumo


Govene, J.L1; Ribeiro, N.S1;  Buramuge, V1; Domingos. J.C1 , Mandlate, H1; Montfort, F2; Lisboa, S.N1,2; Fernando J.J1; Ribeiro-Barros, AI3; Senkoro, A1; Maquia, I1.
1Universidade Eduardo Mondlane, Departamento de Engenharia Florestal, Moçambique, Maputo, email: govenejoana@gmail.com.
2 N'Lab, Nitidæ, France, Montpellier, email:f.montfort@nitidae.org.
3 Universidade de Lisboa, Instituto Superior de Agronomia, Lab. Associado TERRA, Centro de Estudos Florestais , Portugal, Lisboa,email: anaifribeiro@ued.ulisboa.pt.

 

Resumo

 

Contextualização: A regeneração natural de espécies arbóreas constitui um dos estratos mais sensíveis aos impactos das queimadas nas florestas de Miombo. Dentre os factores de regime de queimadas que influenciam a regeneração, destaca-se a severidade do fogo, que afecta directamente a capacidade de restauração da vegetação pós-queimada. Objectivo: Avaliar o efeito da severidade das queimadas sobre a composição e estrutura da regeneração natural arbórea no Parque Nacional de Gilé. Metodologia: Os impactos da severidade das queimadas na vegetação foram avaliados com base no mapa de severidade de queimadas para o ano de 2022, usando um modelo de amostragem estratificada para quantificar a dinâmica da vegetação em três níveis de severidade de queimada baixa, média e alta. Usando uma linear múltipla, avaliou-se os efeitos da severidade de queimadas e suas interações com o clima, actividades humanas (caça furtiva) e frequência das queimadas sobre a estrutura e composição da vegetação. Resultados: As queimadas de média severidade favoreceram a regeneração natural do miombo, com destaque para espécies como Parinari curatellifolia, Erythrophleum africanum, Julbernardia globiflora e Pterocarpus angolensis. Já em queimadas de baixa severidade, espécies como Tamarindus indica, Diphorhychus condylocarpon e Albizia anthifolia se destacaram. Embora a estrutura da vegetação tenha sido influenciada pela severidade média das queimadas, não houve efeito significativo na composição das espécies. Outros factores, como clima e actividades humanas, exercem influência mais marcante na vegetação(P<0,05).Conclusão: O miombo mostrou resiliência frente a queimadas de baixa e média severidade, mantendo sua regeneração natural. No entanto, queimadas de alta severidade impediram a regeneração, provocando a eliminação de espécies sensíveis ao fogo e favorecendo as resistentes.

Palavras-chave: Estrutura e composição de espécies, dinâmica florestal, maneio de queimadas, áreas protegidas