Conferências UEM, XIII CONFERÊNCIA CIENTÍFICA DA UEM: 50 anos de Independência de Moçambique

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Análise da Variabilidade da Precipitação na Província de Inhambane (1991–2020) e Suas Implicações Frente às Mudanças Climáticas
JOSE NASSONE UILISSONE

Última alteração: 2025-07-08

Resumo


Resumo

Este artigo analisa o comportamento da precipitação na Província de Inhambane, entre 1991 e 2020, com o objectivo de compreender suas variações ao longo do tempo e suas possíveis relações com as mudanças climáticas. A precipitação é um factor essencial para o desenvolvimento agrícola e o planeamento de recursos hídricos, sendo a sua análise fundamental para a mitigação de desastres de origem natural e para a sustentabilidade ambiental. Os resultados demonstram uma distribuição irregular da precipitação tanto no tempo quanto no espaço. O ano de 2000 foi o mais chuvoso, com 1.535,6 mm de precipitação, enquanto 1992 foi o ano mais seco, com 571,6 mm. A média de precipitação durante o período estudado foi de 854,4 mm, com um desvio padrão de 197,4 mm, evidenciando a variabilidade climática no distrito. A análise estatística, incluindo o cálculo da diferença entre a média do período em análise e precipitação média anual, permitiu identificar anomalias de precipitação, destacando períodos de secas extremas e eventos de chuvas intensas. As probabilidades calculadas indicam que, em um período de 30 anos, a probabilidade de ocorrer precipitação significativa é de 96,6%, enquanto a probabilidade de exceder eventos extremos 5 vezes em cada 10 anos é de 63,8%. O período de retorno foi estimado em 30 anos, sugerindo uma tendência de maior variabilidade climática no futuro. Esses resultados ressaltam a necessidade de estratégias de adaptação às mudanças climáticas e de monitoria contínuo da precipitação para mitigar os impactos na agricultura e nas comunidades locais.