Última alteração: 2025-06-11
Resumo
Introdução: Em Moçambique, a população utiliza o carvão vegetal como principal fonte de energia, facto que contribui para a degradação e desmatamento da floresta nativa. O uso de espécies invasoras na produção do carvão vegetal surge como estratégia sustentável para controle da invasão e redução da degradação de florestas nativas. A temperatura máxima e velocidade de aquecimento são factores fundamentais para optimizar os parâmetros de produção e qualidade energética do carvão vegetal. Objectivo: Este trabalho visa avaliar a influência da velocidade de aquecimento e da temperatura máxima de carbonização nas propriedades energéticas do carvão vegetal obtido a partir do lenho e da casca de Vernonanthura phosphorica, uma espécie invasora. Metodologia: Foi realizada uma pesquisa experimental em que discos de 3 cm de espessura foram retirados de 5 árvores para determinar a densidade básica do lenho e da casca, e discos de 0,5 cm de espessura e a respectiva casca foram carbonizados separadamente a temperatura máxima de 400°C, 450°C, 500°C, 550°C e 600°C e velocidade de aquecimento de 1°C/min, 2°C/min e 3°C/min para determinação do rendimento gravimétrico e análise química imediata do carvão. Resultados: A temperatura máxima e a velocidade de aquecimento tiveram efeito estatisticamente significativo no rendimento gravimétrico do carvão do lenho e da casca. A temperatura máxima influenciou igualmente a composição química imediata do carvão do lenho e casca, enquanto que, a velocidade de aquecimento não teve efeito significativo na composição química imediata do carvão da casca, mas afectou o teor de carbono fixo e de cinza do lenho. Conclusões: A temperatura de carbonização e a velocidade de aquecimento influenciaram as propriedades energéticas do carvão; ambos parâmetros devem merecer maior controle no processo de carbonização de Vernonanthura phosphorica.
Palavras-chave: Velocidade de aquecimento, temperatura máxima de carbonização, análise química imediata, Vernonanthura phosphorica