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Os eventos hidrometeorológicos extremos, como o ciclone tropical Idai que atingiu Moçambique em 2019, resultam frequentemente em deslocamentos populacionais e graves prejuízos socioeconómicos. Este estudo teve como objetivo avaliar a eficácia do modelo hidrológico Hydrologic Engineering Center - Hydrologic Modeling System (HEC-HMS) na estimativa das inundações ocorridas na bacia hidrográfica de Búzi durante a passagem do ciclone Idai. Para tal, foram utilizados dados de precipitação de Março de 2019, dados topográficos, de uso e cobertura do solo, combinados com o método Soil Conservation Service - Curve Number (SCS-CN) e Modelo Digital de Elevação (DEM). A validação do modelo consideraram os seguintes critérios estatísticos: Coeficiente de Eficiência de Nash-Sutcliffe, Desvio Percentual, Erro Quadrático Médio da Raiz e Razão entre a Raiz do Erro Quadrático Médio e o Desvio Padrão dos dados observados. Os resultados indicaram uma vazão máxima simulada de 482,15 m³/s, com um desvio de apenas 0,25% em relação aos dados observados, embora o desempenho geral do modelo tenha se mostrado limitado (Coeficiente de Nash-Sutcliffe de 0,41 e Razão de 0,77), devido à escassez e inconsistência de dados hidrológicos contínuos na região. Concluiu-se que apesar do modelo HEC-HMS ser eficaz para estimativa de inundações, é essencial reforçar as redes de monitoramento hidrológico e meteorológico e integrar tecnologias emergentes, como o uso de drones e sensoriamento remoto de alta resolução. Essas ferramentas fornecem informações mais detalhadas e precisas sobre o uso e cobertura da terra, topografia e parâmetros hidrológicos, melhorando a precisão das simulações e a capacidade de resposta em cenários de eventos extremos em Moçambique.