Com a interacção constante com o contexto educacional, passamos a ter uma visão integrante da escola, do seu modo de funcionamento, passamos a conhecer as suas vivências e as suas contradições. Ao conviver diariamente com as problemáticas do ensino, dentro e fora da sala de aula, surgem percepções que servem de mote a interrogações que se convertem em estudos, como por exemplo, este, intitulado a relação entre a educação e as desigualdades de género.

O tema enquadra-se na linha de pesquisa, no âmbito do curso de doutoramento em educação na Universidade Eduardo Mondlane, cujo objectivo é discutir os conceitos de educação, género e desigualdades do género, para além da relação entre educação e desigualdades de género. Em termos metodológicos, é um trabalho assente no método dialéctico, que permitiu diálogo e discussão entre diferentes intervenientes sobre esta problemática, e quanto a natureza é bibliográfica, cuja amostra, foram artigos científicos, voltados para o debate em apreço, selecionados intencionalmente.

Nos resultados, verificam-se dificuldades na promoção de igualdade de género, gerando desigualdades, a utilização no currículo escolar da forma masculina como signo genérico referente tanto a homens como as mulheres, dando azo a linguagem como factor de exclusão.

Assim, chegamos a conclusão que sim, há uma relação entre a educação e desigualdades de género, quer por acção ou por omissão, e manifesta-se invariavelmente através da linguagem excludente, bem como através dos estereótipos que são ideias pré-construídas sem nenhuma evidência demonstrada.